A língua portuguesa é a quinta mais falada no mundo, sendo a terceira no ocidente, superada apenas pelo inglês e o castelhano. Atualmente, cerca de 250 milhões de pessoas no planeta falam o idioma de Luís de Camões. O Brasil responde por cerca de 80% desse total. Diante da importância da língua portuguesa no contexto mundial, Natal sedia desde 2010, o Encontro dos Escritores da Língua Portuguesa (EELP), congregando intelectuais e representantes de nove países. Em 2011, o II EELP ocorre de 23 a 25 de novembro, na Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL), situada à rua Mipibu, 443, no bairro de Petrópolis. A iniciativa é da União das Cidades Capitais Luso-Afro (UCCLA), com o apoio da Prefeitura de Natal, por intermédio da Fundação Cultural Capitania das Artes.
O II EELP será instalado hoje, às 10 horas, no Palácio Felipe Camarão, onde a prefeita Micarla de Sousa fará a abertura oficial e dará boas-vindas aos escritores e diplomatas. Na programação de abertura, às 15 horas, o destaque ficará por conta do rapper Gabriel, o Pensador. Em “Poesia Escrita para a Música”, tema no qual será o conferencista, o cantor abordará a reflexão sobre a poesia utilizada nas letras do Samba e do Fado, e as tendências dos diferentes universos musicais que compõem a lusofonia. A mediação da palestra ficará por conta do presidente da Capitania das Artes, Roberto Lima.
Após a palestra de Gabriel, o Pensador, haverá intervenções orais de, no máximo, cinco minutos, e depoimentos escritos pré-selecionados de até 10 minutos. Estão agendadas comunicações dos escritores Abreu Paxe, Da poesia e da música em Angola: Imagens e Contextos (escritor angolano, Benguela); António Carlos Cortez, Poesia e Música: Quando a Palavra Brilha no Canto (escritor Português, Lisboa); Ilza Matias de Sousa, Sobre as Representações do Amor em Cazuza (escritora brasileira); Maria Emília Monteiro Porto, O Trovadorismo Português (escritora brasileira); Roberto Lima, Os Poetas do Romantismo Brasileiro e a Modinha (escritor brasileiro) e Tiago Torres da Silva, Canções Atlânticas - Escrever com Um Pé em Alfama e o Outro em Ipanema (escritor português). Pessoas da plateia também poderão intervir com o tempo máximo de um minuto.
“O Estado e a Evolução da Língua Portuguesa” é o tema em destaque da quinta-feira (24), abordando as diferentes perspectivas de utilização da língua no Mundo Lusófono. Iniciando às 15 horas, o assunto provocará uma reflexão sobre as estratégias de afirmação da nossa língua comum, como forma de valorização do nosso patrimônio literário, cultural e da Lusofonia. O conferencista será o professor catedrático Carlos Reis, Diretor do Instituto de Língua e Literatura Portuguesas da Faculdade de Letras de Coimbra, com a palestra Para uma Política de Língua: Estratégias de Afirmação. A mediação ficará a cargo do jornalista e professor da Universidade Potiguar (UnP), Laurence Bittencourt Leite.
A dinâmica do tema será a mesma do dia anterior. As comunicações ficarão a cargo dos escritores Armindo Jaime Gomes, Angolização Formal da Língua Portuguesa (escritor angolano, Luanda); Daniel Euricles Rodrigues Spínola, Questão Lusofonia (escritor caboverdiano, Praia); Daniel Pereira, A Unificação Ortográfica e a Consolidação da Democracia nos PALOP (escritor e embaixador de Cabo Verde em Brasília, Cidade Velha de Santiago); Domingos de Sousa, A Representação da Língua Portuguesa na Luta pela Independência e sua Perspectiva para o Futuro de Timor Leste (escritor e embaixador do Timor Leste, em Brasília); José Carlos Vasconcelos, Língua Portuguesa - Um Combate Necessário (escritor português e diretor do Jornal de Letras e da Revista Visão); Maria de Fátima Mendonça, Língua(s) e Campos Artísticos em Moçambique (escritora moçambicana); Maria Honasete Alves de Lima, A Especificidade Histórica das Três Reformas Ortográficas (escritora brasileira) e Tony Tcheka (António Lopes), Os caminhos e Contributos Guineenses (escritor guineense). Encerrando o segundo dia do II EELP, o grupo musical As Carolinas apresentará seu show.
O escritor angolano Manuel Rui, que já foi Reitor da Universidade de Luanda e Ministro do Governo de Angola, será o palestrante da sexta-feira, dia 25. A palestra “Literatura de Viagens” inicia às 15 horas e enfocará uma reflexão sobre crônicas e descrições de viagens de ontem e de hoje, feitas por meio dos livros. O professor do Departamento de Letras da UFRN Márcio de Lima Dantas atuará como mediador.
Intervirão os escritores Ana Maria Cascudo Barreto, Viagens literárias de Câmara Cascudo (Academia Norte-rio-grandense de Letras); Carlos Francisco Moura (escritor de Macau); Diógenes da Cunha Lima, Natal: Biografia de Uma Cidade (presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras); Domingos Landim de Barros, O Contributo do Fenómeno Viagem para a Literatura de um Povo Ilhéu (escritor caboverdiano, Praia) e E. S. Tagino (António José da Costa Neves), Almada: Um Itinerário Literário, Pessoal e Transmissível (escritor português).
Afora estes intelectuais, também participarão Jin Guo Ping (historiador e tradutor chinês), Rui Lourido (historiador português) e Wu Zhiliang (historiador, Macau), A Viagem – Paradigma do Encontro: Percepções Portuguesas e Chinesas sobre Macau/China e o Brasil (Macau, China); Luíza Maria Nobrega, Os Lusíadas (escritora brasileira); Márcio de Lima Dantas, Nízia Floresta e a Literatura de Viagens (escritor potiguar), Mário Ivo Cavalcante, A viagem Literária no Rio Grande do Norte (jornalista potiguar); Mário Máximo, As Viagens Essenciais ou o Itinerário Interior de Toda a Viagem (escritor português, Odivelas) e Pedro Rosa Mendes, Viajar e Escrever pelas Lusofonias “malaias” (escritor português). O último dia do II EELP encerra com um Bailado Popular.
O português no mundo
Além do Brasil, a língua portuguesa é instituída como idioma oficial em Portugal, Ilha da Madeira, Arquipélago dos Açores, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Existem ainda lugares que utilizam a língua de forma não oficial, assim o idioma é falado por uma restrita parcela da população. São eles Macau (na China), Goa (um estado da Índia) e Timor Leste, na Oceania.
A dispersão da língua em distintos continentes deve-se principalmente pela política de expansão de Portugal, especialmente nos séculos XV e XVI, quando ocorreu a exploração de uma grande quantidade de colônias. Sendo assim, a língua da metrópole foi introduzida e logo se juntou com as culturas locais formando uma diversidade de dialetos. Esta nova forma de falar o português fora da Pátria mãe era denominada de criolo.
O português é oriundo do latim vulgar - usado pelo povo, essa variação era apenas falada -, língua que os romanos inseriram em uma região ao norte da Península Ibérica chamada de Lusitânia. A partir da invasão dos romanos na região, praticamente todos os povos começaram a usar o latim, salvo o povo basco. Neste processo, teve início a constituição do espanhol, português e o galego.
Em sua essência é uma língua românica, ou seja, ibérico-românica, que deu origem também ao castelhano, catalão, italiano, francês, romeno e outros.
O português se diferencia por meio da variedade de dialetos e subdialetos e no âmbito internacional, pois a língua é classificada em português brasileiro e europeu.
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