A NATUREZA DÁ MAIS VIDA A EXISTÊNCIA
Por Flávio Rezende*
Durante minha presente existência neste belo planeta azul tenho tido a oportunidade de caminhar em lugares variados, experimentando sensações diferentes e, curtindo visões e pensamentos que sempre encontram inspiração pelos ambientes percorridos.
Se estiver num lugar urbano, uma polis, caminho por ruas e avenidas, repletas de seres dando passos em direção a locais de trabalho, buscando apoio dos demais para a eterna necessidade da sobrevivência, através de pedidos diretos, da exibição de dotes artísticos em troca de trocados e, inúmeras outras maneiras de alimentar o corpo e o espírito com recursos que o mundo oferece na modernidade.
A caminhada neste tipo de ambiente, com carros, buzinas, poluição, vitrines, aromas, remete meu ser a um turbilhão de pensamentos, sociológicos, existenciais, tornando a mente mais macaca que nunca, pululando de um pensamento para outro em segundos, tornando-me prato cheio para gurus indianos que nos advertem constantemente sobre a necessidade de domarmos a mente e nos livrarmos destes muitos pensamentos, que nos cansam, tiram nossa energia e, no fim, não nos levam concretamente a lugar nenhum.
O pensar, pensar, pensar que muitas informações proporcionam pode ser matéria prima de primeira qualidade para acadêmicos e filósofos, mas, para a grande maioria dos seres humanos, são tormentos, pois levam inevitavelmente a um estado depressivo, posto que, impotentes, não conseguimos resolver os problemas que percebemos na cidade de pedra e, tendemos a nos sentir cada vez mais fragilizados e engolidos pelas metrópoles e seus insolúveis problemas.
Se a caminhada urbana, apesar de gostosa, necessária e rica de reflexões nos remete ao exterior enevoado e ao interior confuso, o mesmo não acontece quando caminhamos por lugares que nos apresentam a natureza.
Hoje mesmo, caminhando pelo condomínio onde adquiri um apartamento, fiquei observando a grama, os jardins e, logo senti um grande bem estar, com os pensamentos tomando a forma de poesia, de beleza, algo lá dentro foi potencializado, certa leveza, uma sensação gostosa de que a vida é bela e que devemos degusta-la a todo o momento.
Tempos atrás estive na cidade de Campo Grande num congresso jornalístico e tive oportunidade de visitar e caminhar por um parque. Sempre que tenho esta prazerosa oportunidade em diversos lugares e até aqui em Natal, percebo que as reflexões são mais otimistas, sentimos uma forte energia nos invadir dando forças para que existamos de maneira legal, para que façamos o bem, para que tenhamos uma passagem valorosa e útil pelo planeta que ora habitamos.
Diante desta constatação de que caminhar por lugares com a presença da natureza potencializa dentro de nós bons pensamentos, posso aqui arriscar dizer que deve ter um link secreto unindo nosso interior, físico e espiritual, ao meio ambiente, afinal, o mesmo, é composto por elementos presentes dentro de nós, como minerais, água, cálcio e diversos outros itens, proporcionando assim, quando estamos mergulhados de maneira mais forte num ambiente natural, o casamento, a união, a fusão natural das coisas, tornando essa comunhão essencial para nossa sobrevivência.
· *É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail. com)
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