Entendo que o levantamento de opinião representa uma importante ferramenta de avaliação e legitimação das políticas públicas e dos serviços prestados pelos órgãos estatais. A chamada “nova gestão pública” incentiva o uso da pesquisa, inclusive, como meio de monitoramento da satisfação dos cidadãos. É neste sentido que fico me perguntando sobre o porquê da administração municipal ignorar tal possibilidade e se deixar pautar por parte de uma imprensa oposicionista. O “Via Livre”, por exemplo, tem 90% de aprovação. No entanto, a boa iniciativa ficou a mercê de uma verborragia aristocrática (típica de quem não sabe separar o público do privado) propalada por um punhado de pessoas. E o Plano de Cargos e Salários?! Uma inegável conquista histórica dos servidores não poderia ter passado por uma metrificação da satisfação do funcionalismo público? Adoraria também saber, quantitativamente, o que as mães dos alunos das escolas municipais acham do alargamento da merenda nas escolas. Será que não seria possível surgir apenas um dado sobre a avaliação das centenas de ruas calçadas na gestão verde?! Fui tomar a vacina de prevenção da gripe H1N1 e, para minha surpresa, fui muito bem atendido. Minha mulher foi em outro posto e também recebeu tratamento adequado. Uma pesquisa de satisfação dos usuários poderia desfazer parte das críticas e, de quebra, melhorar ainda mais o serviço prestado. Não estou querendo dizer que Micarla instaurou o reino do céu na terra. Minha preocupação é com as potencialidades das sondagens e seus usos estratégicos. Em resumo, acho que a gestão do PV apresenta iniciativas interessantes, mas que não recebem a devida valorização porque não são propagadas. Falta divulgação. E a veiculação de índices de pesquisa, puxando a sardinha para o lado do meu objeto de análise, poderia ser um dos caminhos para apresentar conquistas e responder democraticamente as críticas.
UM POUCO DE HISTÓRIA
No início do século vinte o Estado americano investiu maciçamente no melhoramento das técnicas de sondagem. Enquanto a gente ainda engatinhava, a atividade de governo nos EUA já era fortemente subsidiada pelos levantamentos de opinião.
Daniel Menezes – Doutorando em Ciências Sociais
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