segunda-feira, 26 de abril de 2010

CURIOSIDADES DA PESQUISA

Daniel Menezes
Doutorando em Ciências Sociais
A impressionante virada de Vilma de Faria sobre Garibaldi Alves na campanha de 2006 vem sendo utilizada como exemplo por alguns analistas para mostrar que a condição em que se encontra a pré-candidata do DEM Rosalba Ciarlini não tem nada de confortável. E não tem mesmo. A política segue a lógica da guerra e ninguém pode achar que ganhou a luta antes mesmo de enfrentá-la. E a sondagem não consegue captar a dinamicidade que atravessa as disputas eleitorais. Pode, no máximo, projetar alguns cenários e tendências (é isto que tento exercitar aqui). Não passa de um charlatão quem diz que consegue, através dos levantamentos, fazer mais do que isso. Analisar o passado para compreender o futuro é fundamental. No entanto, é imprescindível não atropelar as especificidades de cada cenário político. Em 2006, não foi Vilma que conseguiu virar, mas Garibaldi que conseguiu perder. E sua derrota não foi no segundo turno, mas no primeiro. O chamado governador das águas se sentiu confortável com as pesquisas e quando resolveu entrar na campanha já era tarde demais.


Rosalba Ciarlini tem ao seu favor o fato de liderar nas pesquisas estaduais, contando com sólidas bases eleitorais que dificilmente seus opositores conseguirão reverter (Agreste, Mossoró e região, etc), menor rejeição entre os candidatos e ainda, de quebra, estar inserida num cenário de disputa no qual o norteriograndense demonstra claramente que, em âmbito estadual, anseia por mudança. Não quer continuidade. No entanto, mesmo não servindo de meio analítico para explicar a condição em que se encontra a candidata do DEM, o exemplo de Garibaldi pode ser recursivo para que o grupo de Rosalba não use salto alto.

UM POUCO DE HISTÓRIA

As pesquisas eleitorais sempre foram marcadas por um histórico de suspeitas. Uma que persiste até hoje é a da eleição 1988 para prefeitura de São Paulo. Luiza Erundina, a duas semanas da eleição, ocupava o terceiro lugar nas pesquisas, tendo à frente João Leiva, o pouco conhecido candidato peemedebista, e na última projeção divulgada antes das eleições estava atrás de Paulo Maluf, a quem derrotaria nas urnas.

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