I
É sabido isso: não sei navegar
É preciso.
Mas eu, imprecisa,
derivo
II
Ilusão ou desilusão?
Ilusão, claro.
III
Faço sutis remodelações no imaginário.
Fica tudo muito melhor.
IV
Por mim eu não acordava,
por mim eu nem dormia.
Por mim a noite era o dia.
Por mim a noite erra o dia.
V
Humana, demasiada humana.
Normal, praticamente normal.
Humana normal mente.
Reticências
A normal,
displicentemente,
diz que sempre mente
Óbvia humana
VI
Beijou um coração e dele jorrou sangue nos seus olhos
( lágrimas de sangue? )
Sentiu gosto de ferro.
Sobreviveu.
Agora sabe beijar.
Fez um arranjo e hoje toca.
Nunca mais sangue
doou.
VII
Não havia alternativa numa via alternativa
VIII
Ah, que feliz um dia cheio de permissões para não fazer nada!
IX
Acordo.
Muitas vezes em desacordo,
mas acordo.
Desperto.
Recebo os comandos
Discordo.
Dormir é um nobre acordo.
Sei quando acordo.
E não ouço canções.
Tresloucada eu, que ouço até canções!
X
E não há via,
alternativa.
Normal e clichê,
dormia.
Havia e era mudo o som
de se ver.
Havia a via.
Uma noite era um dia.
SimoneSodré
Si ta cada dia melhor.Lindo poema.
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