Uma conversa quase gastronômica na Redinha Nova
Eduardo Alexandre
Jornalista
Havíamos passado a manhã da quarta curtindo a ressaca das cervejas e peixe da noite anterior e precisávamos voltar a Natal.
Finalzinho da tarde, fomos à parada de ônibus mais próxima, onde encontramos nossa vizinha fazendo companhia à filha naquela espera angustiante pelo transporte que nem sempre passa na hora certa.
Apresento Delira a filha que cursa Gastronomia e a conversa gira em torno de pratos que sabemos fazer:
- A salada de Delira, de ontem à noite, além de bonita, estava deveras apetitosa, adiantei conversa.
- E o peixe de Dunga, eu que não gosto de fritura, só La Paranhos comeu três postas, contra atacou o Cabelos Brancos de Praia Grande.
- O peixe que vocês fazem aqui, com tapioca, é uma delícia, elogiou a vizinha pernambucana.
-Uma pena que eu não saiba fazer tapioca, lamentei.
- Mas é tão fácil: é só peneirar a massa e colocá-la sobre a chapa bem quente, ensinou a filha, perguntando em seguida:
- Cuscuz, você sabe fazer?
Respondi com ar de espanto:
- Ué, não é só botar o bicho dentro?
Delira segurou o meu pulso e disparou:
-Perái, Dunga: isso aí é como faz menino.
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