sábado, 25 de setembro de 2010

Sem controle

Paulo Correia
Jornalista
ph-correia@uol.com.br

O recente caso envolvendo o jogador de futebol Neymar com o técnico do Santos é uma pequena mostra de como anda a nossa juventude. Aquele exemplo de falta de respeito e de violência desnecessária exibe, para todos, o retrato de um jovem sem controle e que acredita que o treinador é mais um serviçal no meio do caminho. Uma falta de respeito que não é característica somente desse jogador, mas de uma boa fatia de nossa juventude.
Não é de hoje que observo a total falta de bom senso de nossos adolescentes. São meninos e meninas que parecem desconhecer a palavra respeito. São jovens que possuem o individualismo como característica mais marcante. Sei que alguns vão dizer que isso é da idade, que com o tempo eles irão amadurecer e deixar esse pedantismo de lado. Eu creio que não. Se não cuidarmos direito de nossos garotos agora, eles serão os casos perdidos do futuro. Brincadeiras e irresponsabilidades são inerentes aos adolescentes, isso é fato concreto, agora se deixarmos que esse espírito rebelde caminhe para a violência e a falta de considerações com o outro, ai meus caros, estaremos criando uma geração de bobalhões metidos a sábios, e isso é muito perigoso.
Parece que o mundo de hoje conspira para essa proliferação de sujeitos mal educados, que não respeitam nada além do próprio umbigo, e que não querem saber de controle. Parece que os pais, com receio de serem caretas e chatos, deixaram os seus meninos e meninas soltos demais. E dois dos resultados mais vistos dessa educação frouxa em casa e indiferente nas escolas são os casos de bullying entre colegas e o consumo de drogas e bebidas alcoólicas em qualquer festinha de 15 anos. Ceder o lugar no transporte coletivo para uma senhora já é caso antigo. Quem dera que o máximo de bobagens praticadas pela juventude fosse essa.
O jogador milionário do Santos é uma prova dessa geração. Uma prova que não pode ser tratada como banalidade.
Ou prestamos mais atenção aos anseios e atitudes de nossa juventude ou sofreremos mais na frente com um mercado de trabalho cheio de esnobes e brutos colegas, com esposas e maridos indiferentes, e com uma sociedade boba, violenta ao extremo e preocupada com aparências.

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