Eduardo Alexandre
Jornalista
Esse estado de greve generalizada em diversas categorias do funcionalismo público estadual merece uma visão crítica aprofundada da população do Rio Grande do Norte.
Durante anos, mais de década, várias greves e movimentos foram realizados cobrando do governo do Estado planos de cargos e salários para os servidores em luta.
Candidato derrotado antecipadamente ao governo do RN, Iberê Ferreira, vice-governador feito governador para que a governadora Wilma de Faria pudesse ser candidata ao Senado, deu o presente aos servidores depois de todos esses anos de lutas quase inócuas, assinando reivindicações históricas dos trabalhadores.
O benévolo ato de Iberê tinha um único senão: o orçamento do Estado não comportava o peso da tinta de sua assinatura.
Categorias satisfeitas, logo em seguida o pesadelo: para honrar os compromissos assumidos em fim de mandato por Iberê, a nova governadora, recém-empossada, teve que recorrer aos royalties do petróleo para efetuar o pagamento da folha de pessoal do Estado.
Fazendo as contas, logo os técnicos do financeiro do governo viram ser impossível continuar com o pagamento naqueles patamares. Se o fizesse, os limites da Responsabilidade Fiscal seriam ultrapassados.
O servidor, decepcionado com a falta do seu honrado e merecido dinheirinho chiou, Wilma e Iberê comemoraram o embaraço que causaram a sucessora e esta é quem se vê agora com a batata quente no colo: se não paga o que Iberê liberou, é madrasta má do servidor público; se paga, incorre em desrespeito a lei, correndo riscos de responder diante dos tribunais pela "irresponsabilidade".
O nó é cego, a crise está instalada, as hienas riem vingadas.
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