Presidente do DEM critica decisão do MEC de não querer anular questões vazadas
O presidente nacional do Democratas, José Agripino (RN), criticou decisão do Ministério da Educação e Cultura (MEC) de recorrer à decisão do Ministério Público de Fortaleza de pedir a anulação das 14 questões vazadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nesse final de semana. O pedido foi feito após mais um vazamento de questões da prova, dessa vez no Ceará. Dias antes da realização do exame desse final de semana, alunos do Colégio Christus, em Fortaleza, tiveram acesso a 14 questões que constavam da avaliação federal.
Este é o terceiro ano consecutivo em que o Enem tem problemas como vazamentos de dados pessoais, furto de provas, erros de impressão, além de modificações na data do exame. De acordo com o senador, os sucessivos escândalos envolvendo o Enem e o Ministério da Educação contribuem para o descrédito e desinteresse das universidades brasileiras de incorporarem o exame ao processo seletivo de ingresso de estudantes no ensino superior.
“Erros se repetem pelo fato de não haver punição. É preciso que se cobre responsabilidade de quem tem responsabilidade. Esses erros repetidos estão dando o descrédito do processo nas universidades brasileiras e, consequentemente, causando um desperdício do dinheiro público, que está sendo gasto de forma mal feita”, criticou.
Desde 2009, quando o Enem foi escolhido para substituir o vestibular, havia uma grande expectativa quanto à melhoria da entrada de jovens na faculdade. No entanto, o que era para ser seguro e ágil, passou a ser fraudulento e burocrático. “Temos que denunciar o mal feito e cobrar resultados. Ao invés de ficar nessa querela, o MEC deveria instalar um processo de apuração para encontrar o erro dentro de casa. O ministro da Educação, Fernando Haddad, tem que entender que está prejudicando milhares de jovens brasileiros, erro que é repetido ano após ano”, frisou Agripino.
Vazamento de dados
O MEC reconheceu que as questões do último Enem saíram de um pré-teste aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) no Colégio Christus no ano passado, mas acusou os professores do colégio cearense de serem os responsáveis pelo vazamento ilegal.
Mesmo que algum professor tenha distribuído o material ilegalmente, é preciso deixar claro que a responsabilidade em garantir uma organização e uma fiscalização adequada do exame como um todo é do Ministério da Educação. E o responsável pelo exame sempre será o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inpe), autarquia do MEC, que teve seis presidentes em oito anos.
“O Enem foi algo bem pensando para democratizar oportunidades, mas o cometimento de erros vem prejudicando há muito milhares de estudantes do país. Não dá mais. Quem não pode pagar a culpa da incompetência do ministro são os estudantes. E meu partido vai acompanhar tudo isso com a devida atenção”.
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Por Rominna Jácome
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