sábado, 12 de novembro de 2011

Audiência pública: suplentes apelam para que governo priorize sua convocação

Nas discussões finais da Audiência Pública realizada nesta sexta-feira, 11, na Assembleia Legislativa para discutir a situação dos suplentes da polícia civil, ficou deliberado que eles encaminharão um novo documento ao governo, detalhando a situação da polícia em todos os municípios. Outro documento, elaborado pela Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), com um relato minucioso sobre a situação de cada cidade, será entregue a todos os parlamentares logo após a audiência. A outra medida a ser tomada é a análise do Orçamento Geral do Estado 2012, a fim de checar se este contempla a contratação dos concursados. Esta última foi o compromisso firmado pelo deputado Fernando Mineiro (PT), propositor do debate.

Um ano após a conclusão do curso de formação, os suplentes do último concurso realizado pelo governo do RN para provimento de vagas na Polícia Civil fizeram um novo apelo para que sejam convocados, não só pela sua própria situação de espera, mas principalmente para que o Estado ofereça melhores serviços na segurança pública à população. Até um bolo de aniversário, simbolizando a data, eles levaram para a Assembleia Legislativa.
 A iniciativa do deputado Fernando Mineiro contou com o apoio dos colegas Márcia Maia (PSB), Larissa Rosado (PSB) e Tomba Farias (PSB). O governo estava representado pela secretária de Administração, Suely Ferreira, que não estimou prazos, mas disse que o processo de convocação se encontra em andamento e que todas as medidas estão sendo tomadas para que ocorra o mais breve possível.
“O governo não é indiferente à questão da segurança pública, mas infelizmente não podemos fixar uma data. Aumentar gastos e despesas com pessoal impõe ao Executivo uma série de sanções que não são desejadas por ninguém e por conta disso a governadora tomou uma série de medidas para redução de custos que não foram bem aceitas”, disse a secretária.
A vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Renata Pimenta, mostrou números do déficit no efetivo policial: apenas 44 municípios contam com a presença da polícia civil; em várias delegacias não existem escrivães e alguns delegados acumulam, às vezes, até 20 delegacias, numa extrema sobrecarga de trabalho. “Estamos prestando um trabalho meramente burocrático, pois não temos estrutura nem condição de realizar a investigação. Já faz dez anos da última nomeação”, disse.
A presidente da Associação dos Delegados de Polícia do RN (Adepol), Ana Cláudia Saraiva, alertou que o sistema de segurança está chegando à beira de um colapso: “Falta pessoal, planejamento estratégico e não são problemas que surgiram ontem, mas que já existem desde que entrei para a polícia. Há quinze anos discutimos os mesmos problemas, como a presença dos presos nas unidades”, ilustrou.
Suplentes
Carlos Alberto Brandão, coordenador da comissão dos concursados, disse que não é exagero dizer que a situação está à beira do caos, pois, entre outros problemas, três quartos dos cargos existentes ainda estão vagos. Ele alertou para as estatísticas crescentes de violência: “Em dez anos, a Grande Natal duplicou o seu número de homicídios”, disse com base no Mapa da Violência elaborado pelo Ministério da Justiça.

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