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As Centrais do Cidadão, com este ou outros nomes que foram ganhando à medida que se instalaram Brasil afora, aliaram a facilidade que criam para quem tem problemas a resolver nos órgãos públicos que elas reúnem a uma eficiência que veio do modelo de serviço diferente. São uma espécie de serviço avançado, com capacidade de solucionar muitos dos problemas vividos pela clientela. Para tanto, necessitam de excelente estrutura; funcionários com qualificação destacada, e por isso mesmo até melhor remunerados; e gerência exigente, para garantir o melhor fluxo do serviço.
Poucas vezes precisei dos serviços das Centrais do Cidadão, mas sempre observei e procurei acompanhar sua atuação, com extremo respeito àqueles que fazem a linha de frente do serviço público. Ciente da orientação do serviço, conforme divulgado ao público, vivo na torcida para que aqueles servidores mantenham o padrão proposto, sem perder a qualidade, que é um dos destaques mais importantes para a impressão que a sociedade tem do serviço. Cada unidade é exemplo de atividade, resultado e atendimento à clientela, diferente da imagem pejorativa que fazem do serviço público, segundo a qual o servidor vai para a repartição tomar cafezinho e conversar.
Sou servidor público, uma das coisas que mais gosto é cafezinho, mas trabalho muito e faço jus aos meus proventos. Da mesma forma que a grande maioria dos servidores, injustiçada por esta imagem distorcida, principalmente aqueles das Centrais do Cidadão. Que estas brincadeiras de mau gosto sejam correntes em meios humorísticos, até se entende e sabemos que existem servidores que dão margem a esta situação. Mas considero de uma infelicidade e grosseria imensa a afirmação do governador Marconi Perilo, que disse no final de semana passado em Natal que entregaria serviços públicos a organizações não governamentais, porque, segundo ele, trabalho de servidor público não rende. Acho que ele está mal encaminhado.
Mas o que pretendo mostrar mesmo é que o serviço da Central do Cidadão precisa manter todo cuidado com o padrão, exercitando a todo momento o que os administradores modernos em seus modismos absorveram e chamam de check list, pois qualquer item que falte cria problemas. O fato é que minha habilitação venceu e fui ao Detran na Central do Cidadão do Via Direta. Renovada a Carteira, o atendente perguntou se eu queria receber o documento em casa ou no posto do Correio que fica no mesmo local. Optei por receber no Correio, Em 72 horas.
Tranquilo com a renovação da Carteira Nacional de Habilitação - CNH, não tive tempo nem pressa para ir buscar, até porque sou daqueles que têm seguro no veículo, mas não arriscam. Se a habilitação está vencida, quem dirige é a mulher que, aliás, é portadora de uma carteira “D”, com autorização para dirigir até ônibus e carreta. Isto porque apesar de fazer décadas que não me envolvo em acidentes de trânsito, tenho a impressão de que a Lei de Murphy funciona aí: se eu dirigir sem a carteira, é quase certo que algo acontecerá.
Mas resolvi ir buscar o documento no Correio, conforme acertado. Surpresa ao chegar ao local: a carteira foi enviada para o meu endereço. E não foi por engano, pois optara por ir buscar no local. É que se não for buscada em cinco dias, segue pelo correio. Como vimos, não foi isso que ficou acertado, nem me avisaram desse procedimento. Por conta desse detalhe, que compromete a qualidade do serviço, dei a viagem perdida e desencontrei da carteira, pois enquanto fui buscar, tentavam entregar o que eu não pedi.
*Jornalista
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