Flávio Rezende
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O ser humano realça sua sabedoria quando apresenta a coletividade uma série de inventos que vão tornando nossas vidas mais agradáveis. Dando um salto no passado de nossa existência vamos nos deliciando com o surgimento das diversas tecnologias, sejam elas materiais ou da área de humanas, incluindo neste rol o que chamamos de democracia.
Em seu berçário, esta invenção fantástica possibilitou ao homem uma melhor organização de suas atividades sociais e políticas, sobrevivendo até os tempos atuais, colocando no bolso outras formas de governo como o socialismo, o comunismo e até o anarquismo.
O problema é que toda fórmula experimenta desgaste com o tempo e, o ser humano, corrompido e ainda neófito em sua evolução espiritual, vai minando os sistemas na medida em que descobre brechas para fazer valer o malfeito, contaminando com o câncer da corrupção e da desonestidade, essas interessantes formas de organizações sociais.
Por causa das chagas já bastante purulentas dademocracia nos tempos que vivemos, ansiamos e rogamos aos bons pensadores, pela gestação de novas formas de governo, para que possamos resgatar nossos valores éticos e morais, caminhando assim para um futuro onde possamos vislumbrar uma convivência pacífica e mais humanitária.
Com a descoberta das brechas e a desobediência as condutas adequadas, a sociedade vai caminhando lentamente para um estágio de desalento, com os bons ficando tristes e impotentes, enquanto os maliciosos e desonestos avançam céleres no abocanhamento da melhor fatia do bolo, usufruindo da materialidade sem dó e nem piedade da grande maioria, agindo com escárnio e disseminando canceres nos corpos de todos nós, que rangendo dentes e passando por privações, assistimos impotentes a desagregação de nossa própria estrutura psíquica pessoal e coletiva.
Diante deste quadro, arrisco pensar que no futuro, possamos ter como parlamento um grande portal, tendo cada ser humano direito a submeter projetos que, uma vez conseguindo ser clicado por um número "x" de habitantes individualmente, seguiriam automaticamente para votação coletiva, com todos podendo votar sim ou não através da internet.
Nesta minha visão futurista o grande portal seria responsável por todas as atividades que hoje os parlamentares fazem, em todos os níveis, ficando a critério de cada um de nós a condução dos desígnios de nossa cidade, estado ou nação.
No meu ponto de vista urge o fim da representatividade, dado que é patente o desvio de conduta da esmagadora maioria dos nossos representantes e, como é impossível um raio-X para saber o agir futuro, terminamos nós mesmos entronizando seres demoníacos que nos traem, na visualização do primeiro brilho das moedas de ouro, que cegam seus propósitos iniciais, elevando o sistema democrático ao patamar das falências humanas, posto que está óbvio um revolver a um tempo onde as trevas dominam a nossa aura planetária.
Que os gênios da informática e os grandes pensadores espalhados em universidades diversas, comprometidos com o bem estar social detodos nós, encontrem esta maneira de nos devolver o poder da decisão de maneira simples e objetiva, como me parece ser através de um grande portal cibernético.
Apesar de um ser muito otimista, não creio que nossa raça possa ficar alheia ao brilho do ouro que doura a vida dos representantes diversos, cegando seus comportamentos e os conduzindo infelizmente a uma conduta traiçoeira e predadora de nossos sonhos e aspirações num planeta mais justo e mais igualitário.
Que novos tempos possam surgir e um novo sistema político e social passe a vigorar, incorporado das novas tecnologias e imantado com a essência da real espiritualidade que é a de congregar todos em torno do correto existir.
Flávio Rezende, escritor, jornalista e ativista social.
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