Sílvio Caldas
Agradeço, em nome da viúva e dos amigos de Tico da Costa à nossa governadora, professora Vilma de Farias, pela concessão de pensão especial à viúva daquele grande artista, exemplo de figura humana que muito honrou a cultura do nosso Estado, exportando-a para vários países da Europa, Estados Unidos, Canadá, Marrocos, América Central e do Sul.
As canções dele eram simples como ele mesmo. Reverenciavam as coisas da natureza e dos homens; a memória do pai, dos calafates de Areia Branca, o sol, o sal... Até os mosquitinhos faziam parte do seu universo poético.
Tico bem soube explorar os dons musicais e poéticos que Deus lhe deu; mas sobretudo era um exemplo de homem bom, filho, marido, pai exemplar e amigo dos amigos.
Aliás, o Procurador do Estado, doutor José Antônio Pereira Rodrigues em seu bem posto e ilustrado Parecer bem soube destacar as virtudes do reconhecido artista, remetendo à nossa governadora a justeza da referida concessão.
Nossa governadora, outrossim, num ato da mais prestimosa justiça, não titubeou diante da sensibilidade do douto Parecer e na quarta-feira passada, diante dos familiares e amigos de Tico da Costa proveu através de Decreto à viúva e seus filhos com a aludida pensão. Ato, portanto de justiça, reconhecimento e gratidão pelo que Tico da Costa em vida representou para nosso Estado, em termos artístico-cultural e como cidadão de bem.
Na ocasião, após uma apresentação dos fatos mais relevantes da trajetória do Tico da Costa, o ato prosseguiu com a assinatura do decreto que concedeu a referida pensão, e logo a seguir dois artistas de reconhecido prestígio no círculo artístico potiguar lhe renderam mais uma homenagem musical, com “A Redinha”, canção que prestigia uma das praias mais representativas da nossa cidade, cantada pelo irmão do Tico, João Salinas, também músico e compositor; e “Estrelas, estrelas”, por Sérgio Farias, gerando um momento de particular emoção entre os presentes. A viúva do Tico da Costa deu, então, continuidade a cerimônia manifestando que a palavra gratidão “ficava curta” para o tamanho agradecimento que ela desejava expressar, em seu nome e dos filhos ali presentes, pelo reconhecimento de mais de 40 anos de uma dura batalha do Tico da Costa no exterior e no Brasil, que ela testemunhou do seu lado, ao longo de 30 anos de vida conjugal. Acrescentou que ele era um homem muito completo: como artista, ao mesmo tempo que era tão brasileiro, tão nordestino e tão areia-branquense de nascimento e de coração, era um homem universal que bebia das suas raízes e as transcendia criando pontes com outras culturas, como a americana, a européia; com outras artes como a pintura, a poesia, a dança, a coreografia, o folclore, como homem, entregue e atento a todos, muito humano, independentemente da sua classe social, cultura, origem; enfim, diversas faces do trabalho musical e do homem que foi o Tico, que ela continuará a propagar aqui, no Brasil e no exterior nos próximos anos.
Finalmente, dando encerramento a este ato solene, a Governadora Vilma agradeceu este momento “especial, simples mas da maior importância” para ela, à viúva e aos filhos do Tico da Costa, afirmando que fez justiça com quem divulgou o nosso Estado, as suas riquezas e belezas pelo mundo afora” no marco da Lei Complementar nº 07, de 23 de outubro de 1974, modificada pela Lei Complementar nº 75, de 8 de dezembro de 1989, e passou a agradecer a cada um dos ilustres participantes da mesa: Dr. Diógenes da Cunha Lima (Presidente da Academia Norte Rio-grandense de Letras), Ministro Fausto de Medeiros (do Tribunal Superior do Trabalho e primo do Tico), Deputado Nelson Freire (também músico compositor), Dr. Odúlio Botelho (da Associação dos Procuradores do Estado do RN), Dorian Gray (em representação da classe artística), Leide Câmara (pesquisadora e historiadora da música do RN), Dr. Adalberto Targino (Presidente da Academia de Letras Jurídicas Norte Riograndense), assim como a todos os que contribuíram para a concretização desta homenagem especial.
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