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“Entregue seu problema ou pedido a Deus e vá dormir”. Com estas palavras um padre minimizou a questão de um homem que reclamava por não saber se dirigir a Deus, para pedir ou até reclamar das agruras de sua vida. Ele, o homem, não se sentia à vontade para, em meio aos problemas do mundo, pedir algo que fosse pessoal. Na limitada visão do humano achava que Deus era muito ocupado para manter um canal aberto com ele.
Lendo “Comer, rezar e amar”, cujo título original da escritora Elizabeth Gilbert é “Eat, pray, love - One woman’s search for everything across Italy, India and Indonésia”, me deparei com o mesmo dilema vivido por aquele homem. Ela escreve no final do capítulo nove a mesma preocupação em incomodar Deus diante de um problema que vivia e que parecia sem solução.
No caso da escritora Gilbert, o conselho foi mais amplo do que o do padre. Uma amiga foi direto a questão dando a ela a importância que Deus dá a todos os seus filhos, dizendo:
- Você faz parte do Universo.
Depois explicou que ela, como parte do universo tem todo o direito de participar das ações dele, defendendo seus sentimentos e pontos de vista.
Nesse mesmo dia a escritora, que sofria por causa de um divórcio que se arrastava e que havia revelado um ex-marido complexo e que demonstrava querer auferir vantagens nas partilhas dos bens, escreveu uma carta para Deus pedindo intervenção na solução do problema.
Sua amiga, entretanto, havia proposto algo ainda maior: que ela escrevesse um abaixo-assinado para Deus. E, logo depois que Gilbert terminou de escrever o texto, ela perguntou quantas mais pessoas que a amavam assinariam o documento. A escritora respondeu que com certeza pessoas de sua família e muitos amigos. Foi relacionando. Quando terminou, a amiga disse.
- Todos já assinaram, disse a amiga. Eu senti, enquanto Gilbert acrescentava na relação dos assinantes nomes como Ghandi, Mandela, Madre Teresa... Depois, as duas saíram de carro para viajar.
Algum tempo depois, enquanto a amiga dirigia um carro alugado e Gilbert tirava um cochilo, o celular tocou. Sonolenta, atendeu. Era sua advogada, de Nova Iorque, que gritou do outro lado:
- Ótima notícia! Ele acabou de assinar o divórcio.
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