Dentro da programação do lançamento do livro O Olhar da Águia, para o Rosado da Caatinga, a autora Ludimilla Carvalho, professora do Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, compartilhou com o público presente um pouco da sua experiência como pesquisadora ministrando a palestra Avaliação de impactos ambientais: impasses e desafios numa visão interdisciplinar. A comunidade acadêmica prestigiou o lançamento do livro da professora da UFERSA.
Para Ludimilla Carvalho, a exemplo da visão da águia, se faz necessário ao ser humano um olhar mais ampliado para as questões que dizem respeito à preservação do meio ambiente. Segundo ela, a leis que regem a política ambiente não são suficientes se não houver o compromisso de cada cidadão com a questão.
A professora afirma que o tema meio ambiente não diz respeito a algumas categorias específicas, mas dentro da interdisciplinaridade cada profissional em qualquer área do conhecimento pode trazer a sua contribuição. “O desafio é unir todos os olhares com um único objetivo”, afirma.
Tomando como base o pensamento complexo, Ludimilla Carvalho, parte do particular, ou de vários particulares, para um aprofundamento com sentido de abrangência. “É o encontro das mais diferentes áreas num mesmo ponto”, explica. Daí, a professora defende que uma avaliação de impacto ambiental não pode ser vista de forma isolada.
Para a professora Ludimilla Carvalho uma avaliação técnica de impacto ambiental precisa ter caráter multidisciplinar, interdisciplinar, subjetivo e de confiabilidade. Tomando como base a sua experiência acadêmica, graduada em serviço social, a professora explica que essa contribuição requer muito do profissional ao ser ver diante de impasses e desafios advindos da legislação, da cultura e da própria disciplinaridade para a construção dos saberes.
LIVRO – O Olhar da Águia para o Rosado da Caatinga retrata os impactos sócio-ambientais ocasionados pela principal atividade econômica do município de Dix-Sept Rosado que é a extração do calcário e sua relação com a degradação do meio ambiente e virtude do corte da lenha para alimentar os fornos. A autora mostra que o município reproduz o exemplo de “uma vida social insustentável, vulnerável e frágil economicamente”, numa relação interligada entre o social , o ambiental e o econômico.
Segundo a autora, o extrativismo da lenha em Dix Sept Rosado é feito de forma insustentável o que transforma o município num “palco de uma verdadeira crise ecológica”. “As pessoas que vivem desse extrativismo desconhecem o valor biológico das espécies queimando em caieiras plantas da caatinga que são verdadeiro patrimônio local”, denuncia.
O Olhar da Águia para o Rosado da Caatinga é fruto da dissertação de mestrado de Ludimilla Carvalho. “A águia pela sua visão ampla e renovadora; e rosado da caatinga refiro-me a uma maneira de enxergar a cidade marcada pela história de uma família, a Rosado, e a sua relação com a criação da cidade de Governador Dix Sept Rosado”, explica.
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