segunda-feira, 18 de abril de 2011

Federação da Agricultura e Pecuária participa de reunião que discutiu o Projeto Baixo Açu

Nesta sexta-feira (15) o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, participou de reunião no Sebrae, em Natal, para discutir os rumos e o futuro do Projeto Baixo Açu. Na oportunidade, José Vieira acompanhou a discussão sobre como os produtores rurais da região estão fazendo para se manter na área, implantada há mais de 20 anos, mas que ainda sofre com problemas de infraestrutura e de regularização fundiária.

Na reunião, que foi promovida pelo conselho administrativo do projeto, o representante da Faern falou sobre esse importante projeto. “Acredito que todos aqui saibam da dimensão do Baixo Açu. Todos sabem que aquele projeto já deveria estar na sua segunda fase e que o Governo do Estado e o Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (Dnocs), ainda não estão fazendo totalmente a sua parte nessa questão. É uma temeridade deixar aquela boa idéia sem um norte”, alertou Vieira.
De acordo com o presidente da Faern, a classe política do estado é uma das grandes culpadas pelo desanimo de muitos empresários que atuam na localidade. “São inúmeros produtores rurais que ficaram sem muitas perspectivas depois que o governo enfraqueceu e minou muitas das possibilidades de sucesso do projeto. Temos que voltar os olhos para aquela região. E isso parte principalmente de uma vontade política. Uma vontade política que muitas vezes eu não observo”, ressaltou Vieira.

Projeto Baixo Açu

O projeto Baixo Açu está inserido no Pólo de Desenvolvimento Integrado Açu/Mossoró. Compreende uma área total de 6.000 ha, distribuídos em duas etapas. A primeira é composta por lotes de agricultores familiares, por técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos e empresários. Nessa primeira etapa há, também, uma área destinada à pesquisa e experimentação, sob a responsabilidade da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn).

O pólo vem se constituindo como a região de maior produção do melão do país, com potencialidades na produção de mamão, manga e banana.

De acordo com o engenheiro agrônomo e presidente do Conselho de Administração do Distrito de Irrigação do Baixo Açu (Diba) - Guilherme Saldanha, toda essa pujança do projeto pode sofrer um abalo significativo se a atual administração estadual não fizer nada por aquela área. “Todos aqui pagam taxas altíssimas para se manter na região. E mesmo assim, queremos continuar produzindo ali, pois acreditamos no potencial do Projeto Baixo Açu. Agora sem o apoio do governo, isso ficará muito difícil”, disse.

Segunda etapa

“A segunda etapa do projeto está praticamente parada e a primeira sofre com vários problemas. Gostaria de lembrar que em 2005 o projeto de irrigação do Baixo Açu era o terceiro melhor desenvolvido no Brasil. O que será que aconteceu?”, questionou Saldanha.

De acordo com José Viera, da Faern, essas perdas são consequências dos anos de abandono governamental com a área e com os seus produtores. “Não adiantará de nada fazermos reuniões e mais reuniões para discutir esse tema se os nossos governantes não tiverem interesse na questão. Sem essa vontade, podem esquecer. Estaremos lutando contra moinhos de vento”, ressaltou Vieira.

Além do presidente da Faern, participaram da reunião o engenheiro agrônomo e presidente do Conselho de Administração do Distrito de Irrigação do Baixo Açu (Diba) - Guilherme Saldanha, técnicos do Sebrae, Cosern, representantes da Sape/RN, Dnocs, Emparn, Emater, empresários, consultores agrícolas, produtores rurais, e os deputados estaduais George Soares e Gustavo Fernandes.

Com reportagem de Paulo Correia.

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