sexta-feira, 22 de abril de 2011

A loucura de Wellington e o trem bola


Sílvio Caldas
(jsc-2@uol.com.br)

            Os dois assuntos não se interligam, mas pertencem à memória da semana que passou.
            Quanto a Wellington, era tão louco que planejou adredemente o próprio suicídio. Normalmente o suicida comete o ato de inopino. Dificilmente se planeja a própria morte com a meticulosidade do nosso “serial killer”. Quanto a escolher salas de aulas de adolescentes do colégio onde estudou, já assistimos a esse filme antes, exportado dos Estados Unidos.
            Achei Wellington parecido com Bin Laden, quando assisti seu patético discurso no vídeo (acho, pela voz arrastada, que estava drogado). Só com uma pequena diferença: Bin Laden não se suicida nunca. Sempre manda os outros...
            A Nação ficou estarrecida. Até a durona Presidenta chorou. Não era pra menos. Afinal, nunca antes nesse país se viu tanta miséria humana. São os mais novos mártires brasileiros, que até hoje não sabem porque tiveram que morrer.
            Não adianta os milagreiros de última hora ficarem a se debater em soluções milagrosas ou mirabolantes, tais como o que fazer para a segurança das escolas ou se é preciso promover um novo plebiscito para consultar o povo sobre a proibição ou não do uso de armas. O buraco é bem mais embaixo e nada tem a ver, objetivamente, com a atitude do maluco. O maluco era maluco e pronto. Fora na Rússia, ou nos Estados Unidos, ou na Suíça, o fenômeno teria acontecido da forma que aconteceu. Nossos problemas são de outra natureza.
            Na mesma semana estamos diante de um novo problema. Refiro-me ao trem bala. Um gozador, amigo meu, está chamando de trem bola, dada a vultosa quantia que será espargida em função da sua criação, já que o Senado aprovou a milionária medida provisória, que de provisória, aliás, não tem nadica de nada. Excelente o discurso da senadora Kátia Abreu, transmitido ao vivo pela TV Senado. Quantas obras bem mais importantes e de real necessidade visando a infra-estrutura nacional poderiam ser realizadas no lugar do trem bola ou bala, sei lá. Aliás, muito bom também o pronunciamento do nosso senador José Agripino.
            De arrepiar, igualmente, a fala do senador Roberto Requião, denunciando o “currículo” de um dos planejadores do já famoso trem. E olha que o senador é do PMDB.
            Confesso que nunca fui muito com a cara do então presidente Itamar, mas falando francamente, estou apreciando com muita simpatia a sua atuação como senador. O Itamar, realmente, é muito franco.

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