O debate sobre a aplicação de políticas públicas no campo para combater a violência, foi tema da audiência pública na manhã desta sexta-feira, 15. A proposição da deputada Larissa Rosado (PSB) reuniu Secretaria de Segurança Pública, Secretaria de Assuntos Fundiários e Apoio a Reforma Agrária, Incra, e movimentos populares e camponeses, como Movimento Sem Terra (MST) e Federação dos trabalhadores do RN (Fetarn). “A violência no campo tem aumentado no Brasil, e no Rio Grande do Norte. O perfil da violência mudou: hoje não temos somente disputas de terra e rixas familiares. O homem do campo está deixando sua terra por medo da violência”, defendeu a deputada.
Segundo o secretario de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária, Gilberto Jales, as pessoas sempre associam a violência do campo a pura disputa de terra. “Mas os relatos de violência, assaltos e homicídios, são muitos. Precisamos defender avanços das políticas públicas, lutar por melhores condições nos assentamentos”. A segunda delegacia de polícia de Mossoró é responsável pela segurança da zona rural da cidade, considerada uma das mais violentas do Estado. O titular, delegado Edivan Queiroz, revelou que o número de assaltos tem aumentado. “Percebemos que principalmente o roubo e furto de animais tem aumentado. E também percebemos que a população não denuncia, o que dificulta qualquer investigação”.
Os dois representantes dos movimentos dos trabalhadores defenderam a presença maior do Estado, através de instrumentos de segurança. Para o representante da Fetarn, Francisco de Assis, a Secretaria de Segurança deveria prestar mais atenção às regiões que fazem divisa com o Estado. “São as áreas mais vulneráveis. E precisamos de uma infra-estrutura de acesso melhor, a polícia muitas vezes não conseguem chegar aos assentamentos, alem é claro de uma polícia mais bem equipada”. O líder do MST, Cícero Araújo, lembrou que em 17 de abril se homenageia os 15 anos do massacre de Eldorado dos Carajás. “Só haverá paz no campo, com justiça. Aqui no Estado o latifúndio ainda é a maior violência que enfrentamos”. Segundo o MST, quatro dos seus líderes foram assassinados no RN nos últimos quatro anos.
A deputada Larissa Rosado defendeu a criação de um Comitê Agrário para intermediar os conflitos de terra no interior do Estado, e cobrou a retomada do Programa de Desenvolvimento Solidário que está parado no Rio Grande do Norte.
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