quarta-feira, 13 de abril de 2011

Quatro anos de uma proibição injusta


Walter Medeiros* waltermedeiros@supercabo.com.br

Neste dia 13 de abril de 2011 completam-se quatro anos da publicação de uma das medidas mais precipitadas, confusas, autoritárias, descabidas e desumanas da história da saúde no Brasil. Nesta data, quatro anos atrás, surgia a Nota Técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tratando do uso da auto-hemoterapia e anunciando, de forma ilegal - pois não existe nenhuma lei tratando do assunto - a proibição do uso de uma técnica que sempre tinha sido usada no país, proporcionando saúde e salvando vidas, sem causar nenhum problema aos seus usuários.
Auto-hemoterapia é uma técnica que combate e cura doenças com a retirada de sangue da veia e aplicação imediata no músculo. Esta terapia foi bastante difundida a partir de 2004, através de um DVD com entrevista do Dr. Luiz Moura, médico do Rio de Janeiro, que tem sessenta anos de experiência e sucesso no tratamento dos seus pacientes. A disseminação da técnica incomodou a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia – SBHH e a Anvisa, que se precipitaram e passaram a apresentar pronunciamentos incoerentes a respeito do assunto. Em decorrência desses posicionamentos, o FANTÁSTICO apresentou reportagem no dia 22.04.2007 taxando a auto-hemoterapia de “fraude”, mas em nenhum momento foi apresentado qualquer elemento sério para assim a caracterizar. Ao contrário, o que se viu mesmo foi gente mostrando que faz a auto-hemoterapia e se dá bem.
O Conselho Federal de Medicina - CFM divulgou um parecer no qual mostrava uma série de dúvidas. Era uma resposta à consulta feita pela Anvisa. O parecer do Conselho diz que a auto-hemoterapia “pode ser testada com rigor” e admite que há possibilidade de teste de algumas de suas indicações. Vários médicos mostraram que a proibição do uso da auto-hemoterapia pelo CFM tem bases superficiais. Ou seja, 180 milhões de brasileiros estão à mercê de um trabalho incompleto.
Já em 26.01.2011, o Exmo. Sr. Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, usou o twitter para afirmar, com base naquelas informações viciadas, que “auto-hemoterapia não está incluída nas normas do Ministério da Saúde, por não ter o reconhecimento da comunidade científica”. Em respostas, mostramos que esta pode ser a oportunidade do Ministério passar a tratar corretamente o assunto, inclusive com a possibilidade de adoção como prática no Sistema Único de Saúde - SUS.
A divulgação de extensa matéria sobre auto-hemoterapia no Domingo Espetacular da TV Record no dia 30.01.2011, foi vista como algo que pode abrir o caminho para mudança na postura do CFM e MS. O programa apresentou vários casos de pessoas que se cuidam e obtém sucesso com auto-hemoterapia, enquanto os médicos que discordaram do uso não apresentaram qualquer justificativa nem comprovação do que alegaram.
Intercedendo pelos usuários e defensores da técnica, o Senador Eduardo Suplicy apresentou à Anvisa, ao CFM e ao Ministro da Saúde 57 perguntas que lhe foram enviadas para esclarecer a proibição, considerada ilegal, mas sempre recebe como resposta que tudo se baseia naquele Parecer do CFM, o mesmo que foi contestado por Deus e o mundo.
Agora o CFM instalou a Câmara Técnica de Hematologia, incluindo o tema auto-hemoterapia. Este tema não estaria em pauta se não houvesse algo importante a considerar. Esperamos que o trabalho seja realizado de forma qualificada, científica e ética, respeitando as expectativas de milhões de cidadãos que usam, precisam e clamam por uma solução para seus problemas de saúde.

*Jornalista
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Leia mais sobre o assunto no site “Auto-hemoterapia, meu sangue me cura” – www.rnsites.com.br/auto-hemoterapia.htm

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