quinta-feira, 22 de março de 2012

Valente Fiat Topolino de 1938 deixa outros comerem poeira em Interlagos

O Fiat 500 surgiu para ser o primeiro carro popular da Itália, em 1936. De mecânica simples e acabamento singelo, era também o menor carro do mundo 

Texto: Antigo Motors/ Fernanda Lopes
Foto: Jocelino Leão

Tudo o que envolve este simpático Topolino é diferente. Primeiro porque é um carro antigo que passou de filho para pai. Depois, é o mais velho de uma categoria de corrida somente de clássicos, onde é bicampeão. “... E estamos caminhando para o tricampeonato”, diz empolgado o piloto e preparador Luiz Finotti da LF Competições ao Portal Antigo Motors.

O Fiat 500 surgiu para ser o primeiro carro popular da Itália, em 1936. De mecânica simples e acabamento singelo, era também o menor carro do mundo. Um veículo de 3,21m de comprimento por 1,29m de largura, com apenas 1,40m de altura e 2m de entre-eixos. Mas o mais bacana é o seu design, de onde veio o apelido, Topolino.

Por curiosidade, Topolino é um camundongo diminuto capaz de escapar por pequenos espaços e muito resistente à fadiga. De orelhas grandes, olhos pequenos e nariz pontudo, normalmente exibe duas cores em sua pelagem. O que descreve perfeitamente este valente corredor da Copa Clássicos de Competição.

Modificado para corridas na década de 1970, já era um veículo diferenciado. Anos depois, quando chegou às mãos do Seu Finotti, ainda mantinha a estrutura de um carro original, mas para competir precisava de uma pimentinha, “Vi que aquela preparação não ia levar aonde eu queria”, conta ao Portal Antigo Motors . Assim, foi adaptado sobre um Karmann Ghia TC e moldado até chegar ao resultado que é hoje.

“Já são 45 anos de Interlagos. Desde a época das carreteiras que eu frequento o autódromo e sonhava quando eu teria um carro para brincar”, diz sorridente. Por isso escolheu o inusitado modelo italiano de portas suicidas, faróis displicentes e frente alongada, por achar que tem esse mesmo ar alegre.

A cor na ocasião era amarela e quando a Corcerama passou a patrocinar, ganhou pintura mais moderna e agressiva. Quando o carro ficou pronto, teve até batismo digno dos campeões, com champanhe francês. O primeiro piloto do Topolino foi o Luiz “Nenê” Finotti, que ganhou campeonato em 2004 e foi vice em 2006. Depois disso, quem assumiu o cockpit foi o Finotti pai.

Tradicionalmente manso, o Topolino original chegaria a 80km/h. Já esta versão astuta alcança 190km/h. Tem motor de Passat e toda a mecânica preparada para as corridas. Aliás, o carro é tão ligado à competição que logo no primeiro grid da Copa Clássicos já fazia parte, junto com outros três DKWs. Ele ainda participou de provas em diferentes autódromos no Paraná, Rio Grande do Sul e interior de São Paulo.

De acordo com o piloto, o curioso é que muitas pessoas gostam de corrida, mas não sabem que as provas de carros antigos são de entrada gratuita e ótima para levar a família. “Precisamos divulgar e aproximar o público”, afirma. Outro mito são as verbas de patrocínios, que neste caso não são altas. Aos apaixonados um pouco mais abastados, o sonho também não é distante. Está entre as categorias mais brandas e de custo inferior. “Se você tem medo da vida você não faz nada. É mais perigoso chegar em casa à noite do que correr na pista”, conclui.

De acordo com o Portal Antigo Motors , a produção do Topolino foi interrompida em 1940, devido à 2ª Guerra e retomada em 1946. Adota o design proposto pela Simca em 1949, que tinha a licença de produção na França e perde os ares de camundongo e transforma-se no Fiat 500 C, que oferecia algum requinte para o perfil popular. Em 1954 deixa o mercado para seu sucessor Fiat 600. Porém, firmou-se como marca e, em 1957, a linha “Fiat 500” é resgatada por um novo modelo de conceitos simples, que teve outra longa e próspera trajetória.

E anote! Dias 06 e 07 de abril têm provas de carros antigos no Autódromo de Interlagos.

FONTE: YAHOO

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