O ex-presidente Néstor Kirchner era considerado o político mais poderoso da Argentina e muitos asseguravam que ele estava por trás de cada uma das decisões da atual mandatária, sua mulher Cristina Fernández de Kirchner. Kirchner faleceu na manhã de quarta-feira de morte súbita aos 60 anos, depois de ser operado em setembro em razão de uma enfermidade cardíaca.
Ele chegou à presidência em 2003, com baixa popularidade e escasso poder político no nível nacional, depois de exercer o cargo de governador na província de Santa Cruz, na Patagônia.
Rapidamente, porém, conseguiu o apoio de muitos argentinos e construiu uma ampla rede de poder, com uma economia que crescia com força em um país que se recuperava da pior crise de sua história e com uma política de direitos humanos que buscou pôr atrás das grades os repressores da ditadura militar.
Ao terminar seu mandato, em 2007, decidiu estrategicamente ceder a candidatura presidencial do partido peronista a sua mulher, que ganhou as eleições com mais de 50 por cento dos votos.
No entanto, a popularidade de Cristina Kirchner começou a se deteriorar apenas alguns meses depois de chegar ao poder, em meio a um prolongado conflito com o setor agrícola, o que arrastou também a imagem de Kirchner.
Nos últimos meses, o chamado "casal presidencial" começou a recuperar posições nas pesquisas de intenção de voto e Kirchner era apontado como o candidato do governo para as eleições presidenciais de 2011.
A saúde de Kirchner sempre preocupou os argentinos: menos de um ano depois de começar sua gestão, em abril de 2004, sofreu uma gastroduodenite aguda; em janeiro de 2006 teve uma descompensação gástrica e em janeiro de 2007 foi submetido a uma cirurgia por causa de um problema cardíaco.
Em fevereiro deste ano, foi operado de urgência por uma obstrução arterial e por último, em setembro, foi submetido a uma angioplastia, também de emergência.
REUTERS
Por Karina Grazina
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