Sílvio Caldas
Palocci, em verdade, não está de volta; apenas permanece. Curiosamente, um dos melhores técnicos da área econômica que o Brasil já conheceu, apesar de ser formado em Medicina.
Aliás, até nesse ponto o Brasil é diferente.
Grande ministro da guerra – Pandiá Calógeras – reservista de segunda.
Grande ministro da saúde – José Serra – economista.
Grande ministro da área econômica – Palocci – médico.
Logo no início da crise que o envolveu Palocci submergiu um pouco, mas realmente nunca se ausentou. O sucesso e a continuidade de Mantega no próximo governo não se deve ao próprio. Está na cara. São os cordões paloccianos (e não palacianos) que fazem os bonecos se mover. Mas não dava mais para esconder. A doutora Dilma venceu as eleições e logicamente precisava manter na essência as mesmas diretrizes econômicas que, embora tenham por nascedouro o governo Itamar Franco, foi sabiamente mantida por Palocci. Então ele tinha que realmente agora aparecer, embora mantido Mantega oficialmente à frente da economia brasileira. Não tinha mais como escondê-lo. E a futura presidente, conforme já demonstrou à saciedade, é uma mulher, além de guerreira é uma mulher pragmática.
A questão ética foi mandada às favas (expressão cunhada por Passarinho). Afinal, Palocci é o cara.
Na prática, acho que o Brasil sai ganhando, afinal, como diria um grande técnico de outrora, não se mexe em time que está ganhando.
Palocci começa com P, Pelé também. Às favas, pois a ética.
Viva o Brasil.
Concluo essa crônica parabenizando meu amigo e excelente escritor Valério Mesquita, pelo lançamento do seu Causos de 2010. Como sempre excelente produção. Noite de autógrafos muito concorrida no antigo palácio do Governo, regada a água escocesa, espumante, canapés e a nossa Banda dos Anos Sessenta, como sempre um show à parte. Ocorreu na quarta-feira passada.
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