sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tríplice Fronteira: Pólo da pirataria

Paulo Correia
Jornalista


Durante os dias 9 e 10 de dezembro, a Receita Federal do Brasil e a Polícia Nacional do Paraguai fizeram uma parceria para combater os crimes de pirataria e contrabando na Tríplice Fronteira, região encravada entre Brasil, Paraguai e a Argentina. Na operação, os policiais e os auditores da receita tinham como meta atacar os grandes fornecedores de pirataria e os cartéis que comandam esse negócio milionário entre os dois países.
Na contabilidade fornecida pelos órgãos policiais, de janeiro a outubro de 2010 foram apreendidos US$ 95,8 milhões em mercadorias contrabandeadas do Paraguai. Um número positivo, mas que ainda é muito pouco do montante que passa diariamente entre as duas nações.
Na operação da Receita Federal e da Polícia Nacional paraguaia foram utilizados cerca de 300 homens que desenvolveram ações de fiscalização em toda linha de fronteira. Por terra, na zona de vigilância aduaneira de Foz do Iguaçu até Guaíra, e por água no Rio Paraná, em território brasileiro, com acompanhamento aéreo de helicópteros e participação da Marinha do Brasil.
  Já faz tempo que essa área merece uma maior atenção por parte do poder público. Uma região onde o contrabando e até o terrorismo internacional caminham lado a lado. Existem informações, ainda não confirmadas, que até o saudita Osama Bin Laden já passou por aquelas terras.
No começo do ano o Itamaraty fez cara feia para a diretora de cinema Kathryn Bigelow , ganhadora do Oscar 2010 pelo filme Guerra ao Terror, por acreditar que o próximo projeto da diretora, uma trama que se passará na Tríplice Fronteira, irá denegrir a imagem do Brasil perante o mundo. Ora bolas, e por acaso o mundo inteiro já não sabe dessa fragilidade que é a região e que os produtos contrabandeados e pirateados tem o Brasil como um dos destinos certos?
Deveriamos é fazer mais operações como essa ocorrida no começo de dezembro e, se for o caso, pedir a colaboração de outros países na logistica de combate ao crime.
Esconder é que não dá.

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