segunda-feira, 4 de abril de 2011

CFM inclui auto-hemoterapia na pauta de Hematologia

Walter Medeiros* 


O Conselho Federal de Medicina – CFM instalou no dia 29 de março passado a Câmara Técnica de Hematologia, incluindo o tema auto-hemoterapia entre os assuntos a serem desenvolvidos nas suas atividades. Outros temas citados foram transfusão de sangue com risco iminente de morte e diagnóstico de doenças pelo método NAT aos sangues doados.  A Câmara Técnica de Hematologia foi criada em dezembro de 2010, juntamente com a Câmara Técnica de Bioética, que se reuniu na quinta-feira (30), na sede da entidade, tendo em pauta assuntos como a quebra de sigilo médico quando o paciente é portador de moléstia contagiosa e debates sobre ortotanásia, aborto, clonagem e pesquisa científica.
Diante dessa nova realidade, é importante observar que o tema “Auto-hemoterapia” não estaria em pauta se não houvesse uma realidade a considerar, na qual milhões de pessoas são partes interessadas e o CFM não poderia continuar ignorando esta realidade. Com esta nova postura do Conselho, é possível que a solução do problema esteja sendo encaminhada. Certamente o primeiro passo poderá ser a leitura do parecer da entidade sobre o assunto, uma vez que esperamos que este trabalho seja realizado de forma qualificada, respeitando as expectativas de milhões de cidadãos que usam, precisam e clamam por uma solução para seus problemas de saúde.
Como se sabe, auto-hemoterapia é uma técnica que combate e cura doenças com a retirada de sangue da veia e aplicação imediata no músculo. Esta terapia vem salvando vidas há mais de cem anos, mas está proibida de forma muito mal explicada pelos órgãos de saúde. Ao divulgar o assunto no blog http://www.hemoterapia.org/, sob o título “Deu no CFM: Duas novas Câmaras Técnicas deram início às suas atividades nesta semana”, o usuário e defensor da técnica Olivares Rocha, 46 anos, do Rio de Janeiro, indagou: “Seria isso uma pequena luz no fim do imenso túnel?”. 
Joel Martini de Campos, 61 anos, de São Paulo, comentou em seguida: “ É Olivares, se a Câmara Técnica de Hematologia levantou a lebre sobre auto-hemoterapia, que não apresentam sequer um caso de efeitos colaterais em 113 anos de uso, então parece que está acendendo uma luz no fim do túnel”, mas pondera: “ou será que estão procurando uma maneira correta de proibir, pois a SBHH (Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) e a ABHH (Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) são contra o uso da terapia”. Diva, outra participante do blog, por sua vez declarou: “Que Deus ajude que sim,  amigo , se é isso que querem pra provar o que já cansamos de provar e aprovar”.
A Câmara Técnica de Hemoterapia é composta pelos médicos Marta Rinaldi Muller, Coordenadora; Antonio Franbon; Carlos Sérgio Chiattone; Carmino de Souza, da Associação Brasileira de Hematologia e de Hemoterapia; e Dimas Tadeu Covas.
Os usuários da auto-hemoterapia esperam e confiam que este trabalho seja realizado com bom senso, para pôr fim à truculência com que o assunto vem sendo tratado até agora. E que não se concretize o que teme o internauta Joel Martini de Campos, pois não acreditamos na existência dessa suposta “forma correta de proibir”, já que se trata de traçar o verdadeiro quadro da realidade do uso de uma técnica que beneficia a população. Se essa técnica não tem todos os requisitos burocráticos que exigem, que se encontre a forma de alcançá-los. Pois diante de tudo isso uma das coisas mais certas que se pode afirmar é que a auto-hemoterapia funciona e tem eficácia. Aliás, a sua eficácia nunca foi questionada; tudo que conseguem alegar é que esta eficácia não estaria comprovada cientificamente.

*Jornalista

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