quarta-feira, 13 de abril de 2011
Márcia Maia quer lei para punir proprietários de imóveis com foco da dengue
Na audiência pública da manhã desta terça-feira, 12, a deputada Márcia Maia (PSB) anunciou o estudo de um projeto de lei que pretende responsabilizar os proprietários de terrenos ou imóveis com foco do dengue, inclusive com fixação de multas. A iniciativa da parlamentar pretende envolver a todos no combate ao mosquito da dengue. “Vou estudar este projeto de lei, e vamos pedir a Tv Assembleia uma campanha permanente de conscientização de combate a dengue. Queremos mesmo é chamar a atenção da população para a importância deste combate”.
O presidente da Sociedade de Infectologia do Rio Grande do Norte, Hênio Lacerda,fez um relato emocionado da atual situação do Hospital Giselda Trigueiro, referencia em doenças infectocontagiosas no Estado. Após um plantão durante toda a noite, o infectologista relatou a superlotação dos leitos, e a necessidade urgente de uma virada no jogo contra a doença. “Ontem coloquei um paciente onde eu iria dormir. Nós discutimos a dengue há 14 anos. Uma doença tão simples de combater. Quem morre de dengue hemorrágica? Os pobres! E aí as autoridades falham, os agentes de endemias falham, os médicos falham, e a população falha, todos são responsáveis”. O infectologista também alertou para o risco ainda maior de epidemia nos anos de 2012 e 2013, quando o tipo 4 da dengue chegar ao Estado.
O Secretário Estadual de Saúde, Domício Arruda, anunciou que amanhã a secretaria vai disponibilizar todos os 17 “carros fumacê” para ações nas zonas Leste e Oeste de Natal e na cidade de Macaiba. “É o suficiente? Em anos normais sim. Mas podemos também pedir emprestados no Estado do Ceará. Mas o importante dizer que esta é a última ação possível”. O secretário também se disse preocupado com o número de leitos disponíveis para atender os infectados. “Hoje temos déficit de leitos de UTI para infectados com o dengue”.
Segundo a diretora do Hospital Gisleda Trigueiro, Milena Martins, a unidade é um termômetro da gravidade da epidemia. “Houve este ano um aumento de 800% no número de atendimentos. O hospital está lotado, até as cadeiras estão todas ocupadas. Ou todos se unem, ou vai morrer muita gente”. Um estudo feito pela coordenação de infectologia da Secretaria Estadual de Saúde revelou que cerca de 80% dos criadouros do Estado estão dentro das nossas casas.
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