Jornalista
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A jornalista Ana Paula Padrão escreveu na revista Istoé, de 25 de janeiro, um artigo revelador sobre as condições de vida na Coreia do Norte dos tempos do falecido ditador Kim Jong-il. Um texto que exibe todo o medo de uma gigantesca população e as mentiras impostas pelos asseclas do poderoso Kim. Um artigo que mostra a propaganda governamental em sua escala máxima.
Lendo o texto da jornalista, fiquei pensando nas inúmeras populações que sofrem os abusos dos regimes fechados. Homens e mulheres que são obrigados, todo santo dia, a concordar com as falácias dos déspotas que os governam. Kim Jong Il era apenas um desses ditadores. Países como o Egito, a Arábia Saudita e o Iraque são outros exemplos de populações subjugadas.
As revoltas civis nos países árabes, que começaram no fim de 2010, foram às provas mais irrefutáveis contra essa cortina de terror imposta pelos ditadores. Populações inteiras que, já não aguentando a barbárie oficial, resolveram pegar em armas e lutar pela democracia. Uma pena saber que muitas dessas pessoas que estão acampadas em praças e ruas serão logo-logo, se não tomarem cuidado, governadas por líderes políticos piores do que aqueles que caíram.
E revolta maior é saber que nesse interminável jogo sujo de xadrez, os únicos que não perdem são os países do Ocidente e o seu cinismo de séculos. Ou alguém acredita realmente que sanguinários ditadores como Saddam Hussein, Suharto, Muamar Kadafi ou a família Saud governam ou governaram sem o apoio de líderes do chamado Primeiro Mundo?
De volta a Coreia do Norte. O país agora será chefiado por Kim Jong-un, filho mais novo de Kim Jong-il. Um rapaz que aparenta ter entre 25 e 30 anos e que comandará os destinos do país pelos próximos anos com a colaboração de uma junta militar.
É aguardar.
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