sábado, 3 de dezembro de 2016

Aventuras de um iPhone no dia da homenagem a mim, Leonardo Sodré



Por
Lucina Guerra


Deixado na mureta do Bardallos, no segundo de distração de sua dona Rhovani, que fazia cia a Dunga enquanto fumava, o iPhone foi subtraído da visão instantânea de todos os presentes. Menos da visão do larápio. Este ainda fez a pantomina de entrar com o iPhone no interior do espaço cultural e gastronômico. Deixou de molho ali pertinho dele, aguardando decidir o que faria.
Eis que de repente, decidido a dar continuidade ao furto, escondeu o celular no bolso e resolveu sair de perto. (Isso eu sei porque não existe crime perfeito. Eu vi tudo. A atendente viu quando o larápio pegou o celular e Mercia viu a parte que o ladrão escondia no bolso).
Mas o larápio ainda permanecia nas imediações do crime.
Quase que imediatamente, a distraída mas antenada Rhovani, sentiu falta do celular, abriu o bocão e todos ao redor iniciaram uma caçada digital ao digital. Simone, com o seu, iniciou a busca digital e recebia a informação que o iPhone "roubado" ainda estava por ali.
Outros com os seus ligavam e ligavam. O celular tocava e tocava. Mas ninguém atendia. Mercia chegou a sair do espaço e foi até o estacionamento verificar se tinha levado o celular junto com uns objetos para o carro pois já tinham terminado a montagem da exposição que estava sendo organizada no Bardallos, em minha homenagem.
Todos ali presentes começaram a buscar o celular em seus próprios pertences. 
Tipo: Será que eu guardei sem querer?
De repente ...
Simone perdeu a carga do iPhone dela que fazia a busca e passou para o iPhone de Lucina Guerra. 
Nesse interim, o celular saiu do espaço do Bardallos e decidiram fazer a caça virtual somada à presencial. 
Feito espiões da CIA, saíram a pé na direção do celular roubado com a busca virtual, Dunga, Rhovani, Lucina e Mercia. Destreinados, rodaram o centro da cidade. 
O iPhone parecia um fantasma. Instantes acolá e instantes aqui e agora. 
Perdidos no mapa do Google, decidiram buscar socorro na delegacia mais próxima.
Lá arrastaram a delegada (Saneje), que disposta a pegar o ladrão, pegou sua arma e juntando-se a caçada virtual e presencial acompanhou os espiões.
Rodaram outro bocado, sempre no encalço do iPhone. No bar de Nazaré descobriram que o prédio que procuravam, um tal Call Center que estava sendo acusado pela busca virtual, era o 21 de março.
Chegando lá, os espiões, agora em cinco, abordaram as pessoas na recepção e perguntaram sobre uns suspeitos. O gordo e o magro. Um novo e um velho. Isso eles ficaram sabendo pela dica que foi dada pela atendente. 
O recepcionista do 21 de março fez algumas perguntas e de repente sumiu.
A busca virtual nesse momento acusava a presença do iPhone roubado há 1 minuto de distância. Estavam no lugar certo. 
Mercia resolveu voltar no Bardallos pra trazer a atendente. Assim ela identificaria o ladrão. Ou os ladrões. Voltou sem ela. 
Resolveram então subir. A delegada com sua arma, Lucina com o iPhone em busca e Mercia com a sua coragem para reconhecer os ladrões. 
Encontraram um escritório de advocacia. Lucina batia na porta e com o ouvido encostado tentava ouvir a conversa que vinha lá de dentro. Porta lacrada. Ninguém atendia. Ninguém vinha à porta. 
A busca virtual continuava afirmando que o celular estava ali. Mas passeava um pouco nas imediações. 
Foram em outros cômodos no mesmo andar. Muitos sem identificação. 
Eis que de repente Lucina encontrou um ambiente diferente de tudo no andar. Porta de vidro sem tranca, móveis antigos e clássicos. 
Uma nobreza. 
Ali, o iPhone foi encontrado. 
Quem podia imaginar...
Levaram por engano!
Na saída do elevador, Lucina com o celular resgatado olhou para Rhovani e dançou a dança do acasalamento. Daqui de cima eu sabia que a coisa era boa:
Iskitinglingding 
Iskitinglingding 
E nos degraus para a calçada as mulheres gritaram 
Uhuuuuuuu!
Com delegadas e tudo.
Eu juro!