A elevada carga tributária do Brasil foi tema de discurso do deputado Felipe Maia (DEM), na Câmara Federal, nesta quarta-feira (2). De acordo com o parlamentar, o brasileiro trabalhou, em 2010, 148 dias somente para pagar impostos. Na última sexta-feira, 28, foi o “dia da liberdade dos impostos”, ou seja, quando não se trabalha mais para sustentar o governo, e sim para consumo próprio.
Segundo Felipe Maia, em 2009, os brasileiros pagaram mais de R$ 1 trilhão em tributos. E este ano já foram arrecadados cerca de R$ 500 bilhões de impostos federais, estaduais e municipais, segundo dados do Impostômetro da Associação do Comércio de São Paulo (ACSP).
“Alguns países desenvolvidos têm impostos mais altos que o Brasil, mas a população recebe serviços de qualidade em troca. Já no Brasil, o cidadão trabalha quase cinco meses por ano só para pagar tributos e o governo, no entanto, não faz a sua parte e deixa de oferecer ao cidadão serviços de qualidade. Então, além de pagar altos impostos, o brasileiro ainda tem gastos com educação, saúde e segurança porque o sistema público não funciona da forma satisfatória”, explicou o deputado.
Pesquisa de preços
Na última semana, a Revista Época publicou pesquisa de preços de 16 produtos feita em 13 países. O Brasil apresentou os valores mais altos em 12 deles, ficando bem acima da média internacional.
O litro de gasolina, por exemplo, que no Brasil custa cerca de R$ 2,70 é vendido no resto do mundo a R$ 2,25. Uma geladeira que no Brasil sai a R$ 1.600,00 é vendida em outros países por R$ 941,00. Um automóvel Corolla, 2.0, custa no Brasil R$ 75.000,00. Nos Estados Unidos o mesmo carro vale R$ 32.797,00 e na Argentina sai por R$ 46.780,00.
Para Felipe Maia, a reforma tributária deve estar entre as prioridades dos próximos governantes. E reduzir os gastos dentro da própria estrutura do governo é uma das sugestões do deputado para se diminuir a carga de impostos. “O governo gasta muito e gasta mal. Gasta com apadrinhados políticos e corta recursos da educação. Gasta com a máquina e deixa poucos recursos para aplicar na infraestrutura do país. É fundamental rever essas prioridades”, enfatizou o parlamentar.
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