Paulo Correia
Jornalista
ph-correia@uol.com.br
A revista TPM na sua edição de junho trouxe um tema que sempre desperta a curiosidade de todos: o mundo da prostituição de luxo no Brasil. Na matéria, assinada pelas jornalistas Ariane Abdallah e Juliana Menz, três garotas de programa contam um pouco do seu dia a dia na metrópole de São Paulo, no meio de festas luxuosas, carros velozes e empresários acima do peso, mas com os bolsos recheados de grana alta. Um mundinho que gira em torno de glamour, fantasias e muito sexo.
Nesse universo paralelo, meninas com cara e jeito de alunas de faculdade cobram até R$ 3 mil a hora em encontros regados a “Veuve Clicquot” e “Cristal” e tratadas como rainhas por clientes poderosos. Patrícia, uma das garotas entrevistas e que teve o nome trocado para não ser identificada, explicou seu ponto de vista sobre essa vida as escondidas: “Na primeira vez que saí com um cliente fiquei bêbada, o cara teve que cuidar de mim. Levei um susto quando vi aquele bolo de dinheiro. Hoje me sinto pobre se tiver menos que R$ 1 mil na carteira”, contou Patrícia.
E por aqui, em nossa Natal velha de guerra, onde se encontram essas beldades que vendem seus corpos por altas quantias? Com total certeza não estão nos pés sujos localizados no bairro das Rocas, nem muito menos na estrada de Ponta Negra ou na Bernardo Vieira. Também não estão na famosa Rua do Salsa ou nas decadentes boates da Praia dos Artistas. E onde estão? Talvez a resposta seja a mesma das garotas de luxo de São Paulo: estão nos bancos das faculdades, nos shows mais caros da cidade, passeando entre uma loja e outra nos shoppings e transando em suítes top de motéis e hotéis famosos.
Uma parte dessa cortina secreta foi aberta recentemente pela Polícia Civil da Paraíba, que prendeu um grupo que tem cerca de 30 integrantes, e atuava em várias cidades da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Os supostos líderes foram presos por força de mandados expedidos pela Justiça. Segundo a polícia, a maioria das prostitutas é formada por universitárias da cidade de Patos, que usavam o dinheiro para pagar mensalidades. Suspeita-se de que os clientes eram empresários, advogados, políticos e comerciantes. Os programas custavam entre R$ 300 a mais de R$ 1 mil.
Esse esquema é apenas um dos vários que existem atualmente no Nordeste. Uma rede que age no silêncio e que muitas vezes conta com o deslumbramento dessas jovens.
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