terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cascudo e Livraria Nobel: A mesma rua, várias diferenças

Paulo Correia
Jornalista


Sem muito alarde e salamaleques, a mais nova livraria de Natal abriu suas portas na segunda-feira, dia 21 de dezembro, no bairro de Petrópolis. Nesse dia, a Livraria Nobel, uma das maiores redes do Brasil, inaugurou sua nova loja na Rua Potengi e já faz planos para o próximo ano. Bem perto dali, no número 535, a única biblioteca pública do estado agoniza em meio ao mofo e a falta de atenção do poder público. Duas realidades que mostram a situação da cultura na cidade, e porque não, no Brasil.

Na sede local da Nobel, estantes recheadas de livros novos, bem cuidados, e chamativos para os leitores. No prédio da Biblioteca Câmara Cascudo a bagunça já se mostra do lado de fora, com o mato crescendo perto da entrada. Na parte de cima, onde se concentra a coleção de pelo menos 100 mil livros, a desorganização e o calor são insuportáveis. Um teste de fogo para os alunos que utilizam a biblioteca quase que diariamente para fazerem seus trabalhos escolares.

Uma situação de mendicância que não é de hoje, e sim desde a inauguração desse respeitável prédio. Uma situação que deveria deixar o nosso governo estadual com vergonha de exibir campanhas publicitárias dizendo a todo o momento: Isso é trabalho, isso é trabalho. Na Câmara Cascudo esse serviço ainda não passou.

A Fundação José Augusto, responsável pela gerência da pasta de cultura do governo, informou em 2008 que uma reforma ao custo de R$ 140 mil seria feita na biblioteca e novos livros deveriam ser comprados. Pois bem, já estamos nos últimos dias de 2009 e nada. Isso é trabalho, isso é trabalho!

O que passa na cabeça dos responsáveis pela administração dessa biblioteca? Será que a nossa governadora se importa de verdade com aquele prédio, com os seus funcionários, com o seu acervo, e principalmente, com o desenvolvimento cultural daquelas pessoas que freqüentam a Câmara Cascudo?

Com os dados reais disponíveis para qualquer um ver, acredito mais e mais nas palavras do escritor e poeta François Silvestre, quando no seu livro “As Alças de agave” ele informou que dona Wilma gosta mesmo é de cultura de eventos.

Uma pena.

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