quarta-feira, 6 de maio de 2015

AS AGRURAS DO PAU DE LIVRO


Fabiano Pereira
Arquiteto

Nos segundos finais do documentário “Vinícius de Morais”, aparece Chico Buarque comentando que, certa feita, perguntou ao amigo:

- Vina, se você reencarnasse, gostaria de voltar como?

O poeta pensa com serenidade e responde sem pestanejar:

- Exatamente como eu sou, mas com o pau um pouquinho maior.

Uma recente pesquisa mundial, feita com 15 mil homens em todo o planeta e publicada na respeitada revista técnica especializada em urologia “BJU Internacional”, afirma o seguinte: o comprimento médio de um pênis, em centímetros, sem e com ereção, é de 9,16 e 13,24, respectivamente. Já a circunferência do órgão sem ereção é de 9,31, e de 11,66 quando ereto.

A publicação da pesquisa, dizem os autores, tem como principal objetivo diminuir os danos psíquicos masculinos causados pela dismorfofobia, essa broxante associação do tamanho do pênis a um defeito corporal. Iniciativa válida, mas, para os heterossexuais, a bronca não está, nem nunca esteve, na comparação com os outros homens. Isso não tem a menor importância!

Se fizéssemos uma analogia grosseira do tamanho do pênis com o tamanho dos nossos “pisantes”, poderíamos afirmar que o “operário padrão”, esse “pau de livro” citado na pesquisa, corresponderia a um pé tamanho 40 ou 41. Exatamente no centro, entre o infantil 37 e o avantajado 44. O problemão é que a maioria esmagadora das mulheres foram “projetadas” com calçados tamanho 44 e com invariável margem de folga. Algumas até já nasceram preparadas para encomendas especiais de números que não se encontram facilmente no comércio, como 45, 46... Também são esses os “pés e sapatos” que protagonizam todas as cenas do cinema pornô mundial e as filmagens caseiras que circulam nas diversas redes sociais.

São banais e corriqueiros os vídeos amadores com cenas de mulheres sendo curradas por dois homens “tamanho 46”, nas duas portas de entrada, simultaneamente. Outros mostram inúmeras delas “fazendo caras e bocas”, enquanto penetram garrafas de todos os tamanhos – incluindo as tipo pet de dois litros, também nos dois orifícios “fudetórios”, nesse caso, alternadamente. Contudo, para aqueles que ainda acham que isso se trata de exceções, a velha máxima do mercado que explica a importância da lei da oferta e da procura liquida o assunto. Basta ir a qualquer um comércio que venda acessórios eróticos e ver qual o tamanho predominante dos maranhões expostos.

Nesses dias, estive em Sampa e, no afã de concluir esse texto, me apresentei como pesquisador de uma faculdade de psicologia do Rio Grande do Norte em dois badalados sex shops. Um deles tem uma gama de produtos que impressiona. Fica no fundo de uma famosa loja de lingerie na badalada Oscar Freire, no bairro dos Jardins. Lá, a pergunta que fiz foi objetiva:

– Qual o comprimento do maranhão mais vendido para as mulheres?

As respostas foram firmes e convincentes. Os campeões de venda e, por isso, mais expostos e com maior estoque são aqueles que medem entre 19 e 21 centímetros. Aliás, não se acha nada menor que 16 centímetros nesses espaços comerciais. Os menores diâmetros partem de uma lata de Coca-Cola e crescem para circunferências inimagináveis! Cadê o pênis médio de 13,24 cm? Prova irrefutável!

Conclusão: a xoxota padrão e a rola padrão são incompatíveis.

Alguém ainda tem alguma dúvida do por que daquela sábia expressão popular, que diz: “Eu descarrego um caminhão de bucetas e vou pegar o cuzinho lá embaixo”?

A sociedade veste a capa da hipocrisia e esse assunto, infelizmente, é velado. De um lado, pesa a acomodação das mulheres, por fatores hormonais, culturais e outros... Do outro, a falta de enfrentamento dos homens, pelo medo de serem acusados de terem um membro insuficiente...

Esse, sim, é um verdadeiro caso de saúde pública e deveria ser tratado como tal. As mulheres, desde cedo, deveriam ser conscientizadas da importância do fortalecimento da musculatura de suas vaginas, investindo no aprendizado de técnicas de contração vaginal, como, por exemplo, o pompoarismo. Na Tailândia, é costume passar esse conhecimento de mãe para filha, e as habilidades da aprendiz tem reflexo direto no valor do dote que será pago pelo futuro esposo. Por que será?

Portanto, ao invés de gastar milhões medindo pintos por aí afora, a medicina deveria, isso sim, além de esclarecer e incentivar tais práticas de fortalecimento muscular, fazer um mutirão mundial, visando o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, simples e eficazes, para ajustar a bitola das “grutas-do-amor” aos “paus de livro”. Essa seria, possivelmente, a maior revolução sexual da era moderna, superando o lançamento do Viagra.  São inimagináveis as repercussões que isso poderia causar, mas, de cara, eu poderia vislumbrar duas coisas óbvias: a cura total desse tipo de dismorfofobia citada na pesquisa e um aumento substancial na durabilidade dos relacionamentos entre homens e mulheres.

Escolhe-se uma parceira por diversos motivos: inteligência, intelecto, beleza, doçura, cheiro, valores morais e espirituais, entre outros. Tudo isso é muito bacana, mas pode perder o brilho com o passar do tempo. O animal homem depende de sexo bom para ser feliz e isso é fato! Portanto, quando tiver que escolher entre a parceira inteligente e a bela, ou entre a intelectual e a charmosa, não tenha dúvida: esqueça esses atributos secundários e escolha a da “xoxota” apertada! Essa vale ouro em pó! São minoria e eu as chamo de “mulheres havaianas”. Os anos se passam, mas elas se mantêm acochadinhas, não deformam, nem soltam as tiras.

Quem já viveu a experiência de transar com “mulheres havaianas”, ou com aquelas que dominam o pompoarismo, sabe do que estou falando. Para começo de conversa, independentemente do “número do seu pé”, você se agiganta e se sentirá um cover do famoso Kid Bengala! A ereção é tão forte e segura que seria possível riscar um fósforo na glande. O pau pega mais libras do que um pneu de bicicleta de competição e, como consequência, a ejaculação fica longa e com pressão descomunal. O orgasmo é pleno e o macho se delicia com um bem-estar físico e mental incomparáveis. Esse é, sem sombra de dúvidas, o maior alimento da paixão!

Por último, quero lembrar ao amigo leitor que, quando pensar ter encontrado a mulher dos seus sonhos, comece com um bom “scanner” da região pélvica e fique ligado! Antes de partir para o “approach”, lembre-se dos avisos colocados nas bocas de metrô, em manutenção, por toda a Europa: “Mind the gap”!

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