segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Desrespeito com os artistas da terra

Paulo Correia
Jornalista
paulo.correia@r7.com
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Esses dias, um jornal local publicou matéria sobre os atrasos de pagamento, por parte do Governo estadual, para com os artistas do grupo teatral Artes e Traquinagens. Um calote que já se arrasta desde 2010, na administração de Iberê Ferreira, e que agora é seguido pela administração da senhora Rosalba Ciarlini, que adora se vangloriar de ser uma apoiadora da cultura potiguar.
Nas informações repassadas ao jornal por um dos diretores do grupo artístico, João Pinheiro, a notícia que o governo deve mais de R$ 30 mil e que outros grupos da cidade também esperaram receber da atual gestão. No total contabilizado pelas entidades, a dívida já bate na casa dos R$ 220 mil.
De acordo com João Pinheiro, o problema começou no festival “Agosto de Teatro”, promovido pela Fundação José Augusto (FJA), braço cultural do Estado, e que de lá para cá somente piora. Agora em 2011, a governadora prometeu que o mês de agosto receberá um novo festival no lugar do antigo, será o “Agosto da Alegria”, lançado esses dias pela governadora Rosalba e pela secretária de cultura, Isaura Rosado.
Tomara que a administração estadual não esqueça as dívidas antigas e faça novas promessas aos artistas locais. Esse desrespeito é inaceitável e mostra uma face dos nossos governantes. Homens e mulheres que adoram se exibir em eventos e que possuem um verdadeiro asco com os nossos atores e equipes que trabalham com a cultura popular.
Nos toques finais desse texto, a notícia que a Prefeitura de Natal está sendo investigada pelo Ministério Público por ter efetuado convênio no valor de R$ 250 mil com o instituto mineiro Fundação Oásis para divulgação do show da banda Diante do Trono, promovido em julho.
Nas explicações oficiais, a informação que o Executivo natalense não pagou o valor, mas que deu apoio logístico ao evento (estrutura de segurança, banheiros, trânsito).
De volta ao grupo Artes e Traquinagens. Na sede da trupe, contas de aluguel e manutenção do espaço se acumulam. Para se manter e continuar com os trabalhos e oficinas de figurino e adereços, teatro de bonecos e outros cursos gratuitos disponibilizados para a população, os diretores fazem o que podem.
Uma pena que os nossos competentes e batalhadores artistas ainda dependam de governantes mambembes para se manter.
Até quando?

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