sábado, 10 de janeiro de 2015

Ano novo, ano velho...


Por Minervino Wanderley*

Todo final de ano é a mesma ladainha: “Ano que vem vou mudar. Serei mais compreensivo, mais caridoso...”. Ou: “Vou emagrecer, deixar de implicar com meu marido...”, e por aí vai. Só papo furado! Sabem a razão? Ora, amigos, não muda rigorosamente nada! É um dia igualzinho ao que passou e a tantos que virão. Quem pode mudar é cada um de nós. Sim, nós que escrevemos nossas vidas tendo Deus como corretor. Ele que diz: “Não! Isso não pode.”, “Vá trabalhar e pare de sonhar com loteria, rapaz!”, entre outras coisas.

Acredito que ao acordar, na hora de cada um, devemos olhar para cima, agradecer por mais um dia e planejar o modo de ação que será aplicado ao seu planejamento. Todos devem ter feito isso, né? Pois bem. Afora as coisas do cotidiano, podemos incluir outras. Por exemplo: e aquele pedido de desculpas que nunca foi dado e que, por falta de coragem de assumir o erro, transformou-se num verdadeiro incômodo? Procure a pessoa e peça hoje. E aquela visita? Você não disse que ia aparecer? Arranje tempo, vá hoje. O curso de francês que você tanto quer e nunca tem tempo? Claro que tem. Veja quantas horas você ficou no WhatsApp ou Facebook? Hein? Só curtindo e compartilhando, né? Levante-se e vá lá. A melhora interna é imediata. Acredite.

Mas, voltando às “promessas”, sabemos que muitas delas são ditas para alívio da alma. A pessoa que abusa do álcool e que tem consciência disso promete que vai diminuir. Esse está no rumo certo, pois é reduzindo que se chega ao ponto ideal. É ou não é? Aliás, permitam um alongamento, esse é um ponto crucial na vida. O álcool, por ser uma droga lícita, termina levando muita gente boa para o cruel caminho da embriaguez. Inúmeras vezes sem volta. Decreta muito fim de relacionamentos que poderiam ter sido ótimos, acaba com a família e com a própria dignidade. É jogo duro, brother! Triste!

Bom, tem os glutões. Essa turma é fogo! Quem sabe bem disso é Ivone Freire. Também, quem manda preparar aquelas delícias? Assim dificulta a promessa dos caras, amiga. Pois bem. Eles começam o ano na salada e depois de quinze dias acende aquela luzinha e ele pensa: “Rapaz, vou deixar esse regime para depois do carnaval. Tranquilo. Como, bebo e, na quarta-feira, termina tudo.” Esse não volta nunca ao regime. Sempre haverá uma data para que ele prolongue seu “prazer”.

Vige! Os fumantes! Eita!!! Aí é peso-pesado. Todo mundo conhece alguém que já disse que ia parar “no ano que vem.” Puxa vida! Não é por falta de informação dos malefícios do fumo. Tem cara que até brinca com as advertências que vem nas carteiras de cigarro:

- Me dá um daqueles que o cara fica broxa. E justifica: - É melhor ficar broxa do que perder uma perna.

É verdade. Eu já vi essa cena.

Tem até gente prometendo que no final do ano não fará promessas! Hoje, mais experiente, fico calado, seguindo as palavras de Dona Martha Salem, minha mãe: “Isso é besteira. Todo dia é dia de comemorar algo, de dar um presente ou de fazer algo de bom na vida, Esse negócio de ano novo é só desculpa.” Concordam com ela?

*Jornalista

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