quinta-feira, 22 de abril de 2010

CURIOSIDADES DA PESQUISA

Daniel Menezes
Doutorando em Ciências Sociais

O pesquisador, ao fazer uma sondagem, pode cruzar duas perguntas de conteúdo. Pode associar, por exemplo, o nível de aprovação de um prefeito com a intenção de voto para o Governo do Estado. A idéia é procurar compreender em quem votam aqueles que avaliam bem um determinado gestor, como também saber em quem votam aqueles que avaliam mal e metrificar o peso de influência do apoio político de um gestor. Os cruzamentos, desde que bem planejados, geram inúmeras possibilidades. Ao fazer esta associação em abril de 2009, já tinha conseguido constatar aquilo que os chamados “especialistas” e “formadores de opinião” só foram perceber quase no fim do ano passado. Micarla cometeu um erro estratégico gravíssimo. Ao criticar Carlos Eduardo durante doze meses, ela permitiu que o ex-prefeito se mantivesse vivo na arena pública. Fiz algumas rodadas experimentais de cruzamentos para subsidiar a confecção do livro que pretendo lançar, provavelmente, no mês de maio. Estes cruzamentos mostraram que, na medida em que Micarla foi caindo em sua avaliação, Carlos Eduardo crescia nas intenções de voto para governador aqui em Natal. A pesquisa retratou o que estava se consolidando na disputa política. A prefeita do PV criticava a gestão anterior, mas não fazia, na visão dos natalenses, uma boa gestão. Carlos Eduardo aproveitou a situação para se manter vivo. Mesmo estando sem mandato, se apresentou como uma alternativa crítica à gestão municipal. A polarização entre as duas forças se consolidou. Estou convicto de que, no momento em que Micarla começar a recuperar a boa avaliação de sua gestão, o que parece já estar acontecendo, por exemplo, na região oeste, Carlos Eduardo sofrerá um parcial revés eleitoral. A vitória de Rosalba, numa possível disputa com Carlos Eduardo, pode passar por uma estratégica valorização das ações da "Borboleta".

UM POUCO DE HISTÓRIA

No Brasil, o advento da pesquisa de opinião, eleitoral e de mercado acompanha a intensificação das relações de mercado e da necessidade de racionalização da atividade política, buscando-se obter o conhecimento da percepção dos cidadãos, no que diz respeito à aprovação das gestões de governo, nível de satisfação para com as políticas públicas e para a elaboração de estratégias de campanha.

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