A novidade

Paulo Correia
Jornalistapaulo.correia@r7.com
Os jornais já começaram a dar espaço em suas colunas e páginas centrais. Os diretórios começam a se articular e mobilizações são agendadas para o fim de semana. Enfim, já começou a campanha política pela Prefeitura de Natal 2012. Os nomes, esses são velhos conhecidos. Wilma de Faria, Carlos Eduardo Alves, Felipe Maia, Rogério Marinho, a nossa querida Micarla, e a possível candidatura de Amanda Gurgel, a professorinha de cabelos cacheados que incendiou as mídias sociais e o imaginário de muitos marmanjos.
O engraçado dessas movimentações políticas em Natal é que todas começam pelos bairros menos assistidos da Zona Norte. Por que essa tchurma esperta não começa os seus comícios e conversas na frente dos seus condomínios de luxo ou nos seus restaurantes preferidos. Por que somente na velha ZN?
É hilário observar esse girar de notícias políticas. Wilma reclama de Micarla e se intitula a novidade para 2012. Carlos Eduardo Alves, um dos piores prefeitos que essa cidade já teve, também se pinta com as cores da modernidade. Até quando esse pessoal vai ficar fazendo a população de Natal de besta? Será que somos tão tapados para acreditar nesses discursos impregnados com mofo?
Certa vez li um texto do jornalista Sávio Hackradt que dizia que o Rio Grande do Norte parou no ano de 1950. Que de lá para cá, nada mudou fortemente em nosso cenário político. Que as mesmas raposas tomam conta desse imenso galinheiro. Fiquei triste com a constatação do jornalista. Triste por saber que é uma verdade sem retoques.
E agora essas agitações nos bairros da Zona Norte. “Encontros para discutir os rumos da cidade”, “Pensar a Natal do futuro”. Todos muito pomposos e cheios de números para os próximos anos. Na realidade, uma tremenda sopa de letras e um oba-oba que se repete ano após ano por essas terras de Poti. Será que estamos condenados a somente aturar esse pessoal?
Por que o fazer política em nosso RN é tão arcaico? Por que temos que engolir essas mesmas besteiras e tratar esses nobres como seres de outro mundo, quando na verdade quase nada fizeram pela cidade ou Estado?
Será que essa novidade nunca vai chegar?