Leonardo Sodré
Jornalista
O Brasil vive um clima de guerra civil. Vive mesmo e não adianta as autoridades negarem a existência dessa situação porque ela é absolutamente real. Ontem, 18, por volta de 21h um estudante da Universidade de São Paulo (USP) foi assassinado com um tiro na cabeça no estacionamento daquela instituição.
O jovem de 24 anos foi simplesmente executado. Nada lhe foi roubado. Estava dentro de um carro blindado, mas o assassino conseguiu abrir a porta. Depois fugiu sem ser incomodado pela segurança interna daquela rica universidade e tampouco barrado por policiais que se encontravam nas imediações, mas que não foram alertados para o crime.
O fato concreto é que os bandidos, para evitar serem reconhecidos, preferem executar as vítimas. Não foi o caso do rapaz, cujos pertences ficaram no interior do veículo, mas é o caso de muitos em todo o Brasil. Aliás, a morte do universitário poderá passar a ser um mistério, caso a motivação do crime não possa ser definida, considerando que o executor não roubou nada. Mas, ele simplesmente pode não ter tido tempo de levar alguma coisa e preferiu eliminar uma possível testemunha.
É a banalização da morte em um país que não permite que os seus cidadãos possam possui uma arma para defesa própria, enquanto qualquer bandido, ali da esquina, possua uma pistola bem municiada. Esse é o país que pretende ser sede da Copa do Mundo de 2014, que vive uma guerra civil desigual, considerando que os cidadãos estão desarmados e os bandidos não.
Voltamos ao passado das barbáries, das muitas leis sem execução, onde o contribuinte de uma das mais caras cargas de tributação do mundo tem que se defender dos bandidos com paus, pedras e estilingues.
Um horror a ser enfrentado. Mas, por quem?
Nenhum comentário:
Postar um comentário