terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Nação vai votar

Leonardo Sodré
Jornalista

Neste domingo, 31 de outubro de 2010, a Nação brasileira vai votar para escolher quem será o seu presidente nos próximos quatro anos, depois de assistir uma das mais campanhas mais agressivas dos últimos pleitos. Mas, como o eleitor irá avaliar em quem vai votar?
No primeiro turno Marina atrapalhou a festa petista, que já estava pronta. Não ganhar naquele momento soou como derrota para a candidata inexperiente em campanha – nunca participou de nenhuma – e isso ficou visível no seu rosto. “Guardem o chope para o segundo turno!”, alguém pode ter dito. Mas, ficou a lição que o PT aprendeu de forma rápida e agora, mesmo estando na frente das pesquisas, comporta-se como se estivesse perdendo. Por quê? O eleitorado pergunta enquanto matuta o seu voto, domingo. Ainda existem muitos indecisos. O PT sabe disso e quer arrancar esses votos, mesmo na marra.
O eleitor de Dilma Rousseff tem apenas um norte para o voto, já que ela não soma experiências significativas para assumir o maior cargo da Nação: a continuidade do governo de Lula da Silva. Passando daí o discurso é estéril e no final da campanha nem Dilma e tampouco Lula, que quase não governa para fazer campanha para a sua criação, não têm mais o que dizer. Agora, de forma raivosa, Lula e Dilma batem em Fernando Henrique Cardoso, como se ele fosse o candidato. E os erros de marketing se sucedem. Aliás, o único candidato raivoso que conseguiu ser presidente foi Fernando Collor de Melo. Os marqueteiros já aprenderam essa lição, faz tempo.
Serra tem um discurso mais contido, mas é visível que ele poderia ter uma postura mais popular, sem beirar o estilo messiânico de Lula, que incorporou um populismo perigoso, que o tornou arrogante, dono absoluto da verdade. Um homem que não admite ser contrariado, nem ter contra ele um partido político. Daí seu desejo de “extirpar” da face da Terra o DEM.
Seu eu fosse o marqueteiro de Serra já tinha metido um chapéu de palha na careca dele durante as caminhas e comícios ao Sol. Deixava a barba meio sem fazer, botava uma calça escura quando ele usasse camisa clara e camisa escura com calça clara. Tem hora que o homem fica quase invisível com o guarda-roupa que reservaram para ele. Talvez o seu marketing esteja apostando no que ele é: feio, sisudo, mas que sabe do que fala. Diferente de Dilma, que está com um visual supimpa, mas diz muitas tolices e às vezes transforma uma resposta num “oito”. Aliás, o programa eleitoral de Dilma somente diz que Serra vai vender o Brasil, o Pré-Sal, a Petrobras... Ela não fala que vai melhorar a herança maldita de Lula: Saúde decadente e nenhuma segurança pública.
Como patriota penso no meu voto considerando que já vivi durante um tempo de totalitarismo de direita e que não quero nem pensar na possibilidade de um totalitarismo de esquerda, que é tão ruim quanto o de direita, que não aceito, como jornalista, amarras a liberdade de imprensa, que não comungo com a tese de que “rouba, mas faz”, que não quero a Nação coberta de escândalos, que acredito na alternância do poder e que não aceito o aparelhamento do Estado em prol de um grupo que pretende se perpetuar no poder.
Em tempo. Nem Lula e tampouco Fernando Henrique são candidatos. Os candidatos são Dilma e Serra e a avaliação tem que ser feita sobre os dois. Na História e na experiência deles, sem a incorporação de factóides e tão somente nas propostas de ambos.
Ah! Ninguém vende um país, mas pode se apossar dele.

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