domingo, 31 de outubro de 2010

Receitas de Mércia Carvalho

A Guerra da Lagosta

Brasília, princípio dos anos 1980. Deu-se a 1ª Guerra da Lagosta.

Acabara de chegar de Natal um “carregamento” de lagosta vindo por um dos muitos portadores famosos, que ia de senadores, deputados, secretários de estado e até de pessoas comuns, que se submetiam a levar a “Cobal” do “Presidente” da nossa colônia natalense. Vale salientar que a Cobal era como se fosse uma espécie de cesta básica da época.

Os produtos da chamada “Cesta Básica da “Cobal”, geralmente consistiam em feijão verde, carne de sol, camarão e produtos do sertão, enviada pelos pais do “Presidente” ou pela família de qualquer outro membro do grupo. Só que desta vez era LAGOSTA. Uma “Cobal” inteira de LAGOSTAS!

Como sempre, houve a reunião semanal para que fosse decidido o almoço. E a pauta estava recheada de interrogações e batalhas a serem travadas e vencidas: Quando seria, aonde seria e quem seriam os convidados para o almoço. Primeiro porque lagosta é lagosta aqui e na China e, por maior que fosse a quantidade, não daria para todos os que faziam parte da colônia. Segundo, porque lagosta “não rende” e a grande maioria não iria querer outra coisa a não ser lagosta.

Só aí já tínhamos a primeira batalha travada a ser vencida.

A segunda batalha deu-se na tomada de decisão de onde seria, uma vez que o almoço semanal geralmente era feito na casa do “presidente do clube” e não havia necessidade de convite, quem chegava participava, de mãos vazias ou não, com muita sede e faminto, na maioria das vezes.

A primeira decisão tomada foi a de que o almoço deveria ser realizado em “campo neutro”, aonde os “agregados” não tivessem o acesso que tinham na “presidência”.

Decidiu-se por fazer na casa de um amigo, não membro da colônia, que eventualmente frequentava o grupo.

A terceira batalha, a mais tenebrosa de todas, era com relação de quem iria. A princípio seriam os membros da “diretoria” e alguns convidados especiais.

Aí foi aceso o estopim para o início da “1ª Guerra da Lagosta”.

No sábado, lá fomos nós, sedentos e famintos para a comilança. Ops! Quero dizer: para a guerra!

Nós mulheres, estávamos na cozinha a preparar as lagostas, quando ouvimos a primeira bomba estourar e corremos todas para o “front”.

Estavam chegando, em caravana, os amigos, amigos dos amigos e inimigos também. Convidados, convidados dos convidados e os penetras, também. O mal estar foi geral.

Estava declarada a 1ª Guerra da Lagosta.


Lagosta Assada com Ervas Finas

Ingredientes

6 caldas grandes e frescas de lagosta
100ml de azeite extra virgem
200gr manteiga com sal derretida
Dois dentes de alho picados
20 Gr de ervas finas
Pimenta do reino a gosto
Sal a gosto

Modo de preparo

Corte as caldas de lagosta ao meio, no sentido do comprimento, separe as duas metades, retire os intestinos e lave em água corrente.

Tempere com sal e pimenta do reino a gosto, coloque em um refratário com a parte carnosa virada para cima, regue com o azeite e leve ao pré-aquecido a 200ºC por 5 minutos. Enquanto isso derreta a manteiga e misture o alho e as ervas finas. Retire do forno e regue as caldas com a manteiga temperada, retorne ao forno e deixe assar por mais 10 ou 15 minutos.

Bom apetite!

DICAS

A lagosta assada com ervas finas é uma receita da cozinha italiana onde os pratos são preparados de forma a valorizar o perfume natural dos ingredientes.
Mas atenção, quanto mais tempo de fogo, mais ela desidrata e resseca.

FICHA TÉCNICA

O nome Lagosta vem do latim “locusta” (langouste na França, langosta na Espanha, aragosta na Itália, langust na Rússia, lobster na Inglaterra). Está presente em todos os continentes. Há 33 espécies diferentes delas. Com gosto variando em função das águas em que forem pescadas. Nos mares gelados do Maine (EUA), por exemplo, com sabor mais acentuado – em função da maior salinidade. Em águas tropicais, como as nossas, com sabor mais suave.

Até domingo!

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