segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Massa de manobra
Paulo Correia
Jornalista /
paulo.correia@r7.com
Até quando irá persistir na cabeça e nas idéias do empresariado a noção que os seus funcionários são burros ou que tem a obrigação de servir de massa de manobra em ocasiões em que as suas empresas passam por vistas do grande público? Até quando isso irá ocorrer?
Faço essas perguntas por conta das fotos publicadas nos jornais de Natal nos últimos dias, quando a Câmara Municipal da cidade votou sobre o Projeto de Lei que possibilitaria a permanência de postos de combustíveis em redes de supermercados. As imagens publicadas nos periódicos mostravam donos de postos com os seus inúmeros frentistas, todos liberados para fazerem apitaços nas dependências do legislativo municipal. Seria uma demonstração de liberdade e de consciência dos empregados ou seria uma imposição dos donos?
Fica o nobre leitor completamente livre para analisar o melhor entendimento sobre esse fato. Na minha visão, isso não passou de manobras do empresariado para causar tumultos na CMN e promover constrangimentos aos vereadores que votariam a favor do projeto para instalação de postos nos supermercados da cidade.
O que causa mais indignação é a liberação e o uso dos frentistas (pessoas que muitas vezes quando necessitam ir a um médico recebem negativas dos seus chefes) como joguetes de uma disputa muito maior que o seu cotidiano. Uma pena que ainda vivemos em um Brasil onde esse tipo de artifício é amplamente utilizado por espertos empresários. Homens e mulheres que muitas vezes ameaçam com cortes de salários ou até o emprego se os seus funcionários não participarem de determinadas mobilizações em favor dos interesses da empresa.
Os vereadores que votaram a favor do Projeto de Lei prometeram entrar com novo pedido em 2012. Uma pena que será ano de eleições municipais e o discurso será pintado com as tintas fortes do processo.
Vamos aguardar os próximos lances desse jogo que não é de meninos bestas e que envolve altas cifras.
Cifras essas que na maioria das vezes passa bem longe dos frentistas e dos seus apitos.
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