quarta-feira, 22 de maio de 2013

ENTREVISTA

Leonardo Sodré no alpendre do PN

"Para revitalizar o centro, a gente não pode ficar esperando"

Escritor, cronista, artista plástico, jornalista, militante cultural, Leonardo Sodré é um homem e um profissional multifacetado. Também militante cultural, com amplo trabalho envolvendo o Beco da Lama, no Centro Histórico de Natal. LeoSodré, como é conhecido, concedeu entrevista ao jornalista José Pinto Jr., quando falou sobre militância cultural, política, artes em geral e muito mais. Confira:

Pinto Junior - A sua militância aqui no jornal, a sua militância no jornalismo é de longa data. Você tem uma experiência como um dos pioneiros na Internet. Queria que você falasse qual é a diferença fundamental de fazer o jornalismo impresso – do qual você é oriundo -  e fazer jornalismo nas redes sociais.

Leonardo Sodré - Essa questão da internet surgiu quando eu trabalhava no gabinete do vereador e hoje o deputado Hermano Moraes pelo PMDB. Nós tínhamos um movimento no Centro de natal, na região histórica e existia a “Samba” (Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacencias), que era uma sociedade do pessoal que era voltado para os eventos culturais. Eu entrei na diretoria pra fazer a divulgação e a gente conseguiu botar o Beco da Lama muito em evidência. Foi quando eu criei um blog que foi minha primeira experiência na Internet, justamente pra divulgar as coisas culturais do beco. E foi evoluindo até chegar no http://www.leonardosodre.com/ que hoje é um site que já vai fazer 10 anos.

Pinto Junior - E você trabalha principalmente o viés cultural?

Leonardo Sodré – É, eu priorizo a noticia cultural porque eu acho que é preciso que a cultura seja divulgada pois muita gente boa fica pelo caminho justamente porque não tem a divulgação. Então, o nosso site é aberto justamente pra divulgar a cultura de Natal e do RN

Pinto Junior – Você também é escritor, Leo. Eu estive, inclusive, num lançamento do livro seu. Quando sai o próximo livro e de que trata?

Leonardo Sodré – Eu escrevi em várias antologias com muita gente. Meu primeiro livro solo foi lançado em 2007, que foi “Crônicas do Beco da Lama”, que são Historias engraçadas do beco. Uma reunião de umas 80 crônicas. É um livro que pra quem leu e gosta deste tipo de literatura gostou porque são sobre fatos engraçados. E eu tenho o hábito e quando eu conto uma história mais “mentirosa”, eu coloco a expressão “Eu juro”.  Reinaldo Azevedo da banda dos anos 60 está lançando um livro sobre o Bar de Mario Barbosa -  que é um dos mais tradicionais da cidade - na Rua Jaguarari aqui em Natal e me pediu uns textos e quando eu comecei a juntar o que tinha, consegui mais de 60 crônicas, que eu mandei para ele. Quando eu mandei pra Reinaldo, mandei com uma cópia pro meu editor Ivan Júnior -  Gráfica Off Set - perguntando se já daria para fazer outro livro. Inicialmente ele iria se chamar “Coração Cervejeiro”, que é o nome de uma das crônicas que publiquei no "O Botequeiro", mas depois, a gente conversando, ele disse: “Por que não nomeamos de ‘Eu Juro’?!”

Pinto Junior – Você é um jornalista eclético. Ao mesmo tempo em que você foi do jornalismo impresso, também foi um dos pioneiros na Internet de forma continuada e você também tá no rádio...

Leonardo Sodré – É, eu fiz também televisão, fui pioneiro na TV câmara, passei vários anos com um programa chamado “Câmara Cultural”.

Pinto Junior – O jornalista, então, não tem essa história ser de televisão, de Internet, jornalista tem que ser de todos os meios?

Leonardo Sodré –  Sim, de todos os meios! Eu comecei no jornalismo há quarenta anos quando menino e fui muito incentivado por outro menino na época e lembro até no primeiro dia que ele saiu pra trabalhar no Diário, para cobrir uma enchente de Natal e eu tomei gosto pelo jornalismo. Fui pra Brasília, trabalhei em grandes jornais, trabalhei em grandes revistas, passei um tempo muito voltado para o automobilismo, escrevia para algumas revistas de São Paulo e também para o Jornal de Natal. Depois, voltei pra cá e agora me especializei mais em assessoria de imprensa. Estou fora das redações. Presto assessoria de imprensa para a Prefeitura de Extremoz, tenho um programa de rádio na 105FM Metropolitana lá em Ceará-mirim e tenho meu site que é o meu xodó.

Pinto Junior – Como é que você vê a questão do Centro Histórico de Natal? Você não acha que deveria ter uma maior atenção?

Leonardo Sodré – Eu acho. E, todos os governos sinalizam com essa atenção. (risos). No nosso tempo, quem deu mais atenção foi o prefeito Carlos Eduardo. Ele foi muito bom pra cultura, para Centro, para a “Samba”. Existe toda uma movimentação em torno disso. No tempo em que o jornalista Eduardo Alexandre era o presidente da "Samb" se conseguiu tombar alguns imóveis históricos, o que foi muito importante para a cidade. Tudo isso foi na gestão de Carlos Eduardo. Na gestão de Micarla, ela não deu muita bola pra cultura, não teve muito interesse não. Mas o pessoal continua, tem muita atividade, muito samba, muito pagode, muita disposição. Os artistas estão sempre por lá se reunindo e se confraternizando fazendo movimentos como “Prato do mundo”, que é um festival gastronômico sensacional nesses últimos anos. Quando estava decidindo o nome do festival, disseram inclusive que ele deveria ser “pra todo mundo”, quando disseram isso, Civone Medeiros – poeta – disse que, então o nome foi escolhido: “Pratodomundo” que tomou uma notoriedade fantástica. Algumas outras ações particulares que surgiram foi o festival de música MPBeco, que é algo já consolidado, bacana, que atrai muita gente. É isso que tem que ser feito: o incentivo do particular também, não só o público que tem que fazer. A gente tem que fazer, não ficar esperando que seja feito.

Autor: José Pinto Junior | Fonte: Potiguar Notícias

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