segunda-feira, 27 de maio de 2013

"O adeus ao menino que ensinava delicadezas"

Foto: Ana Flávioa Gomes
O Povo

André Salgado morreu ontem, em Natal (RN), após queda do 21º andar de um edifício. Repórter fotográfico do O POVO desde 2011, ele tinha 24 anos. O velório será hoje, no Cemitério Parque da Paz, em Fortaleza

De repente, algumas pessoas ficam longe dos olhos. Impotentes, procuramos, entre os retratos, os sorrisos que tanto iluminaram. A fotografia nos encara e lembra: tudo dura apenas um instante. Quando quem surge na imagem é André Salgado, 24 anos, acrescenta: cada momento deve ser intensamente vivido. A impossibilidade de vê-lo, na presença, se torna ainda mais dolorida.

Enquanto fotografava amigos na sacada do 21º andar do Edifício Jardins do Alto, localizado na zona leste de Natal, no Rio Grande do Norte, André Salgado se desequilibrou. Segundo o Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) de Natal, o fotógrafo caiu de uma altura aproximada de 100 metros, às 10h20 de ontem. Morreu instantaneamente.

André estava no O POVO desde 2011, onde atuava como repórter fotográfico. No Facebook, a repórter especial Ana Mary C. Cavalcante escreveu: “imagino que sua avó lhe tenha amparado a queda (ela faleceu em 23 de janeiro deste ano), antes que você pudesse sentir a morte. E, quando você compreender tudo o que está acontecendo, por favor, volte de alguma forma - em sonho, em som, em saudade ou mesmo em outro alguém - para dizer que não doeu, para aliviar a dor que sentimos por não compreender”. Muitos amigos compartilharam fotos e mensagens de admiração.

Na Faculdade 7 de Setembro (Fa7), onde cursava Publicidade, André será homenageado, a partir das 09 horas de hoje, pelos próprios alunos. Segundo o coordenador do curso, Dilson Alexandre, em breve também será realizada exposição de fotos de André.

Tânia Salgado, tia de André, informou ao O POVO que o velório ocorrerá no final da tarde de hoje no Cemitério Parque da Paz.

Aos amigos e familiares, André repetiria com o melhor sorriso (aquele cheio de dentes e uma covinha charmosérrima): “relaxe, pessoal, relaxe!” Se pudesse, hoje nos abraçaria com a mais bonita alegria, ao ponto de termos a certeza de que ele está bem. Costumava ser assim. Para ele, a felicidade sempre foi possível. Não que a vida fosse fácil, nunca é. André sabia enxergar e nos ensinava a ver com delicadeza. Seus olhos eram lindos. (colaborou Emmanuel Montenegro)

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