João da Mata Costa
Escritor
Véspera de eleição muitos candidatos nas ruas. Todos os bares estão cheios. Políticos procuram eleitores em todos os lugares. No bar é mais fácil. Eleitores descontraídos que aproveitam para tomar mais uma por conta do futuro senador ou deputado. Por isso mesmo esse é um tempo bom para os bêbados, doidos, comediantes e jornalistas. Todos se aproveitam desse momento para molhar a palavra nem sempre fiel. Engordar um dinheiro e tirar a barriga da miséria. Eles estão em todos os lugares e bares e fazem tudo para atrair, com ou sem poluição. O cabo eleitoral passa por mim todo sorridente e não dou bolas. A cabo eleitoral capricha no decote e na minissaia. O outro traz o santinho escondido dentro da agenda. Todos os doidos fazem discursos e saem para as ruas. È bonita a festa, pai. Me ajude com essa crônica que não era para falar disso que eu comecei.
Ontem fui visitar as praias e lagoas da zona norte do RN. Fazia tempo que não fazia esse passeio eco-turístico. Mais turístico que eco. Na cachoeirinha de Pitangui bebida e comida com a mesa e pés dentro da lagoa. Um delicia. Churrasquinho de camarão e de lagosta Ula-ula a dez contos. Não sou turista não seu moço. Com emoção é mais caro!.
Descida de ski-bunda das dunas caindo numa piscina artificial e suja. Tô fora. Para fazer xixi só no banheiro ecológico em cima das dunas, nosso pulmão do aqüífero, continuamente poluído.
Antes, depois de atravessar a ponte Newton Navarro, uma passada em Estivas para comer sapoti, tomar uma água de coco e comprar frutas para a viagem que demorará o dia inteiro. Na Lagoa de Jacumã muito mais emoção ao descer de tirolesa. Achei pouco seguro para crianças e não recomendo às minhas sobrinhas. Tomo cerveja e faço mais um xixi ecológico: sem emoção.
Pitangui, Muriú, Barra de Maxaranguape para abastecer e comprar gelo para a vodka com laranjada. Zumbi, Maracajaú e Pititinga. Quantas lembranças do tempo em que descobríamos essas praias sem os estranjas. Só com os pescadores, todos nossos compadres. Trocávamos peixe por cigarro e o ensopado de polvo e lula estava garantido.
Emoção eu senti mesmo com meu irmão dirigindo o carro subindo e descendo dunas sem conhecer. Que medo. Lá na frente o carro não passa. Tivemos que baixar a pressão dos pneus.
A fome aperta e chegamos depois de alguns erros no bar do vovô, numa praia com nome de madeira. Delicioso pastel de arraia. O peixe frito e cozido é a pescada branca e cavala. A tapioca estava melhor. O preço mais salgado que a comida. É o preço do progresso. Até ali tinha prefeito. É o crepúsculo quando voltamos. Belo final de tarde de um maravilhoso passeio. Com e sem emoção. Vou procurar um bar para fazer xixi. O bar do vovô até que é limpo. Quando voltar, telefone. Até!.
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