Leonardo Sodré
Jornalista e escritor
De acordo com a Blogueiro Luciana Trípoli, tomar tenência significa tomar jeito, criar juízo, andar na linha. Durante os últimos dias, enquanto eu assistia os vídeos das confissões da vereadora Sargento Regina e as matérias que circularam sobre o assunto, pensei muito na expressão “tome tenência”, até porque tenente na hierarquia militar é o primeiro posto superior ao de sargento.
Tenho um amigo poeta que vez por outra usa esta expressão nas críticas literárias que espalha por blogs e sites. E, ele muitas vezes discorda do que outros concordam. Daí fui fazendo as ilações sobre o caso da vereadora, que amarga 18 filminhos no “You Tube”, com declarações que deixariam Rui Barbosa arrepiado, se vivesse neste tempo.
Sempre imaginei que alguns políticos desenvolvem conceitos éticos e morais diferente dos nossos. A firmeza das declarações da vereadora, sua voz firme e altiva deixam transparecer que ela falava com autoridade e com o senso de que estava absolutamente certa nas confissões e nas acusações. A menos grave a de desqualificar o senador José Agripino, que apenas lhe serviria economicamente embora o detestasse e a mais grave quando disse achar que o vereador Raniere Barbosa haveria “roubado o que podia e o que não podia” enquanto secretário do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves.
Outra confissão grave e já reafirmada em entrevistas para jornais da capital foi sobre receber verba mensal no valor de R$ 10 mil do presidente da Câmara Municipal de Natal, Dickson Nasser, para votar no seu nome na época da escolha da Mesa Diretora daquela casa de Leis.
O fato é que a expressão “tome tenência” poderá servir para novas gerações de políticos e, ou quem sabe, para uma reavaliação de conceitos éticos e morais, que estão fazendo com que a população detentora de voto consciente simplesmente os estejam ignorando.
Por enquanto, sobre os desdobramentos do caso, os comentários ainda são tímidos nas esferas legais, como Ministério Público, Comissão de Ética da Câmara Municipal de Natal e o PDT, legenda da vereadora Sargento Regina. O Ministério Público não precisa ser provocado para esclarecer o caso, mas na câmara será necessário um pedido do presidente Dickson Nasser, que ironicamente é parte integrante da acusação de compra de voto como vetor ativo do ato. Já o vereador Raniere Barbosa declarou que está entrando com uma ação na Justiça contra as acusações de Regina, que empenhou-se em tentar explicar o inexplicável em várias declarações dadas a imprensa escrita.
Enquanto isso, nós, pobres eleitores, ficamos a mercê de escolhas nas eleições de outubro. Decisão árdua, que por enquanto está sendo postergada por muitos votantes, bombardeados por escândalos como esse.
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