quinta-feira, 14 de julho de 2011

Conversando é que se entende... Será?

Gibson Azevedo
Dentista

Uma conversa leva à outra sem a menor dificuldade.  Surpreende-nos a fluidez com que os argumentos que iniciam uma conversa, sem maiores explicações, transformam-se nas idéias mais estapafúrdias as quais pudéssemos imaginar. Se o proseado enveredar pelos caminhos das discussões, aí é que a coisa pega; o trajeto destas altercações parece adquirir vida própria, ignorando a vontade dos verbo-contendores. É tanto, que existem pessoas que evitam falar de assuntos polêmicos ou que tenham conhecida aptidão de descambarem para uma porfia. Futebol, religião ou política, são temas refugados pelos palradores mais experimentados. Experientes que são, jamais se arriscam em transitarem por esses terrenos incertos, verdadeiros campos minados. Entretanto, mesmo os mais longevos conversadores, se assustam ao perceberem-se envolvidos nos mais estranhos conversares, situações que os incomodam sobremaneira e os enlaçaram sem maiores cerimônias, como se aquilo fosse arte do Capeta. “Ô..., cus diabos! Eita, que já chegou o trololó novamente! Tem jeito não!...” É assim..., parece praga de cigano: quando menos se espera, acontece.

Para ilustrar, lembro-me de certa contenda verbal travada por velhos conhecidos, na força irresponsável de uma bebedeira dominical, que já se prolongava ao ocaso daquele dia, depois de muitos temas abordados, enganchou-se na milenar instituição Maçonaria, com os seus muitos e sigilosos regulamentos e mitos.  Não sou maçom. Ao menos, não até este momento. Já recebi incontáveis convites para ingressar as suas fileiras, mas, confesso que, por descuido ou por pura preguiça, declinei dos simpáticos assédios.  O que não quer dizer que não possa mudar de idéia e ingressar àquela augusta e milenar associação de “pedreiros”.
Pois bem, como foi dito, em um domingo (à tardinha), reunidos no bar do Almeida, estávamos a jogar conversa fora: eu, o jornalista Leonardo Sodré, o repatriado Dinarte Medeiros (morou uns tempos em Santos-SP) e o colega dentista Humberto Dantas. Acho que pelo fato de Humberto e Dinarte serem maçons, o assunto maçonaria veio à baila. Dizia Leo, já bastante alcoolizado. "Humberto, o meu pai era maçons grau trinta e três, portanto, seria muito natural que eu também o fosse. Todavia, não consigo encarar uns ritos antiquados, no meu entendimento, e os tão decantados segredos; fama milenar da provecta maçonaria". Bastou isto para o circo pegar fogo. Discute-se daqui, pondera-se dalí, aparecem alguns argumentos válidos, mesmo que movidos a raciocínios truncados, meio ao torpor etílico. O fato é que o assunto não terminava nunca...  Lá pras tantas, Humberto fez algumas alegações nas quais citava que  só os maçons e talvez os componentes de umas poucas congregações de capuchinhos e similares, como: os franciscanos, os beneditinos e outras, se tratavam pelo título carinhoso de “Irmão”. Devia ter ficado calado, pois, logo em seguida, foi interpelado por uma inesperada pergunta:
- E os maconheiros? Você não está esquecendo-se deles, não?
- Maconheiro? Que história é essa? - perguntou o surpreso Humberto.
- Sim! Todo maconheiro quando se encontra com um parceiro diz: “Mermão”! Tô muito doido, bicho!...

Então, é ou não é para se ter cuidado com os papos de botequim?

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