quarta-feira, 6 de julho de 2011

Promover para remover?

Sílvio Caldas / (jsc-2@uol.com.br)
          Há muitos anos trabalhei numa instituição que quando desejava se livrar de algum membro de certa importância que estava criando alguma dificuldade local, mas que não podia demiti-lo utilizava uma estratégia: a promoção do “servidor”.
         - Parabéns, fulano, você foi promovido para (se estava no Rio Grande do Sul era deslocado para Amazonas, por exemplo, ou mesmo para algum país distante da Ásia). Você foi promovido a diretor (e lá surgia um cargo de certa importância). Contanto que a comunidade local pudesse se ver livre do “incômodo”, nem que fosse por algum tempo.
         Havia até festa de despedida. No fundo, os altos escalões bem sabiam do que se tratava.
         A presidentA Dilma é sucessora do presidente Lula. Legítima cria da política dele, em nível nacional. Mas embora continue adotando as grandes metas do governo anterior, ela tem  revelado com uma relativa autonomia. Sabe-se das dificuldades que tem sentido em não criar embaraços para seu antecessor e no varejo bem que tem atendido aos seus apelos.
         Mas de repente Dilma externa um elogio desabrido e justo a alguns feitos do ex-presidente Fernando Henrique. Se tal fato tivesse ocorrido por causa do falecimento dele, poderia ser interpretado como um elogio protocolar, mero exercício de diplomacia política. Mas não, Fernando está vivo e bulindo, como se diz no popular. Compreendo como sendo o reconhecimento de uma base deixada para que políticas sociais pudessem ter continuidade... políticas de ESTADO e não de GOVERNO.
         Sei não, mas tenho pra mim que Lula não gostou da atitude de Dilma. Afinal, sempre que pode, ele faz críticas negativas ao governo anterior, pois, como sempre proclama... “nunca dantes, na história desse país....”
         Portanto, nossa presidentA está adquirindo cada vez mais luz própria, no que alias, faz muito bem.
         Quanto a Lula, acaba de ser nomeado para um alto cargo na África...
         Semana memorável. Morre Itamar Franco, que em apenas dois anos de mandato devolveu a auto-estima do brasileiro com o sucesso do plano Real.
         Semana significativa. A presidentA Dilma, pessoalmente, demite quatro figurões do Ministério dos Transportes, inclusive o famoso Pagot, tão denunciado pelo senador Mário Couto, do Pará, desde o início do segundo governo Lula. Parabéns presidentA.

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