domingo, 17 de março de 2013

Dormir como vítima e acordar como sobrevivente


BRASÍLIA, março de 2013 (ACNUR) - Tumaco, umas das cidades mais importantes da região colombiana próxima ao Pacífico, também conhecida como Pérola do Pacífico - a maior pérola do mundo foi encontrada em suas praias -, tem um dos piores problemas de violência contra mulheres e meninas. O nível de intimidação e violência contra elas é tal que as impede de registrar as denúncias.

Felizmente este não é o caso de Amalia, uma das poucas mulheres deslocadas que teve coragem de denunciar a violência sexual que sofreu. Por causa do conflito armado, Amalia e sua família tiveram de deslocar-se diversas vezes entre os departamentos colombianos até chegar à cidade de Tumaco. A poucos quilômetros do município ela enfrentou outra terrível violência que mudaria sua vida.

Desde agosto de 2012 o ACNUR colocou em curso o projeto piloto GBVIMS (Sistema de gestão de dados de violência de gênero), desenvolvido em parceria com o UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas). Em nível mundial, a iniciativa vigora em quatorze países que permitem aos atores humanitários que prestam assistência médica, judicial e psicossocial a vítimas de violência de gênero, coletar e analisar os dados de incidentes reportados.

O sistema torna possível um desenho mais preciso dos serviços necessários de maneira ética, segura e anônima. Graças ao projeto, desde agosto passado 50 casos foram denunciados em Tumaco, a maioria
relacionados a agressões ou violência física contra mulheres afrocolombianas (90%), 16% das sobreviventes são deslocadas internas.

Algumas mulheres aproveitam sua história para empoderar-se e tornarem-se líderes. Como Florencia*, que depois de ter sofrido violência doméstica durante 13 anos tornou-se um exemplo para as mulheres das comunidades afrodescendentes. “Com tudo isso aprendi que a gente vai dormir sendo vítima e acorda como sobrevivente, tendo outro dia para seguir contando sua história”.

Leia a íntegra desta matéria em http://goo.gl/9Cqdl

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