quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Prefeitura de Extremoz apresenta o Auto da Aldeia de Guajirú

A Prefeitura de Extremoz, por meio da Fundação Aldeia do Guajirú e a Igreja Católica, promove pelo segundo ano consecutivo o espetáculo teatral o “Auto da Aldeia de Guajirú – A Batalha de São Miguel Arcanjo”. A peça será encenada no dia 29, dia do padroeiro do município, São Miguel Arcanjo e realizado nas ruínas da antiga igreja jesuíta, centro da cidade, às 20h.

“A fala do espetáculo é inspirada na história do Brasil, com a chegada dos portugueses e da companhia de Jesus, em textos bíblicos, especialmente o apocalipse de São João e nas lendas e mitos que envolvem a lagoa de Extremoz, narrados por Câmara Cascudo e presentes no imaginário da população. Também estudamos um personagem vivo da cidade, o Dedé do Araçá, um senhor cego que costuma contar histórias bíblicas, mas nunca pôde ler o livro sagrado”, informou Ricardo Veriano, diretor e criador do texto do auto.

Ricardo Veriano informa que o espetáculo segue a linha armorial, muito trabalhada por Ariano Suassuna, que traz elementos da cultura popular de forma erudita. O cenário tem iconografia judaico-cristã e é valorizado por ser próximo às ruínas da antiga igreja jesuíta. O auto conta com elenco de 150 participantes, entre figurantes, atores da cidade e convidados, e tem seis cenas, duas delas são novas. “A cena de Roma, representando a autorização da vinda dos jesuítas ao Brasil e a épica portuguesa, que irá trazer um pouco de humor para falar do povo lusitano que aqui viveu”, acrescentou o diretor.

Calendário

“O espetáculo está no calendário cultural de Extremoz é esperado pela população, Vamos repetir o sucesso do auto de 2009”, disse o prefeito Klauss Rêgo. Para Valdelêda Medeiros, diretora da Fundação Aldeia de Guajirú, o auto é uma forma de trazer os elementos da cultura local para uma apresentação artística e, por isso, o espetáculo emociona tanto.

História

As ruínas da antiga Vila, capela de São Miguel, e o convento de Extremoz foram tombados em 18 de Dezembro de 1990. A atual Matriz de São Miguel foi considerada pelo escritor e historiador Luís da Câmara Cascudo como a mais bela igreja colonial do Estado. Ela foi erguida no estilo barroco, tem 16m de altura, 13,5m de largura, 30m de comprimento e paredes com 80 cm de largura e serviu de igreja residência para os jesuítas. Foi nessa igreja que na manhã de 13 de junho de 1612 o índio Poti foi batizado e recebeu o nome de Antônio Felipe Camarão. Antônio em homenagem ao santo do dia, Felipe em homenagem ao rei Felipe da Espanha e "Camarão" a tradução de seu nome (Poti). Na mesma igreja, casou-se com Clara, índia da nação potiguar.

Mais informações: Padre João Pedro, fone 8875 – 4052

Com reportagem de Vanda Albuquerque
Foto: Canindé Santos

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