quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Agricultores de Ipanguaçu sofrem com problemas na estrutura do canal do Pataxó

Após enfrentarem as cheias do Rio Pataxó no primeiro semestre, os agricultores da cidade de Ipanguaçu vivenciam agora um momento de escassez de água no rio. O problema é que o canal do Pataxó, duto que leva água da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves para o rio, está com a estrutura danificada em diversos pontos, prejudicando, especialmente, os pequenos produtores ipanguaçuenses.

Em alguns pontos do Rio Pataxó a situação é alarmante, especialmente na altura das comunidades de Pau de Jucá, Picada e Itú, onde o nível da água está muito baixo. Para o agricultor Antônio Humberto de Alcântara, conhecido como Iné, se o problema não for resolvido pode trazer, muito em breve, sérios prejuízos para ele e inúmeros agricultores da cidade. “Com as rachaduras e uns canos que colocaram lá a água esta chegando fraca no rio, fazendo com que o rio fique mais raso. Desse jeito não dá para aguar a nossa plantação e podemos perder tudo”, afirma. Os canos a que se refere o agricultor foram colocados no canal quando parte de sua parede de alvenaria cedeu. Acontece que os canos comportam um volume de água bem menor.
Ciente do problema, a prefeitura de Ipanguaçu enviou o oficio nº 116 à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, no último dia 30 de setembro. O documento informa a situação do canal do Pataxó e solicita sua recuperação. Até o momento, o Governo do RN não se manifestou.
Na intenção de se fazerem ouvir pelo governo estadual, agricultores prometem realizar uma mobilização na manhã desta quarta-feira (19), por volta das 08:30, partindo da cidade de Itajá, dos arredores da comporta da Barragem, em direção à Ipanguaçu. “Essas obra é responsabilidade do governo do Estado e precisamos que ele faça alguma coisa logo, para que isso seja solucionado. Já sofremos no inverno com o grande volume de água e agora por falta dela, isso não pode acontecer”, conclui Antônio Humberto de Alcântara (Iné).
Prefeito vai à Brasília cobrar agilidade para as obras de macrodrenagem do Rio Pataxó, em Ipanguaçu
Enquanto a seca é o problema enfrentado no presente, há preocupação em evitar novos problemas com enchentes no período de chuvas do próximo ano. Com o objetivo de cobrar maior agilidade do Governo Federal para a liberação dos recursos das obras de macrodrenagem do Rio Pataxó, em Ipanguaçu, o prefeito Leonardo Oliveira viajou nesta terça-feira (18) para Brasília.
“O convênio entre os governos federal e estadual já foi assinado. Na capital federal, eu e a deputada Fátima Bezerra buscaremos que essa obra seja iniciada o mais rapidamente possível. Ipanguaçu não pode esperar! Serei incansável nessa luta, pois reconheço o tamanho da importância da mesma na geração de emprego e renda de nosso município, e da segurança que representará para as famílias ipanguaçuenses. Queremos ver esse transtorno ter um fim o mais breve possível”, afirmou o prefeito.
Durante o “inverno” deste ano, mais de 160 famílias ficaram desabrigadas. As águas atingiram cinco bairros: Maria Romana, Ubarana, Manoel Bonifácio, Frei Damião e Pinheirão. Na zona rural, treze comunidades ficaram isoladas, só sendo possível o acesso através de canoas: Santa Quitéria, Barra, São Miguel, Luzeiro, Cuó, Base Fisica, Lagoa de Pedra, Itú, Picada, Porto, Salinas, Deus nos Guie, Sacramentinho e Pau de Jucá.
O alagamento do Rio Pataxó se dá por conta do assoreamento de seu leito. Quando há chuvas em excesso, o Açude Pataxó transborda, alimentando o rio homônimo, que invade Ipanguaçu. Por conta das enchentes dos últimos anos, uma multinacional exportadora de banana teve que desativar algumas de suas fazendas em Ipanguaçu. Na ocasião, foram demitidos mais de 1500 funcionários, o que equivale a mais de 10% da população local, estimada pelo IBGE em quase 14 mil habitantes. “Caso as obra não venham a acontecer este ano, corremos sério risco de termos mais prejuízos no próximo ano. Não só para as grandes empresas, mas, principalmente, para o pequeno produtor rural. Isso enfraquece muito a nossa economia”, revela Leonardo.
A macrodrenagem de 10 quilômetros do Rio Pataxó, obra de custo demasiadamente elevado para os limitados recursos do poder municipal, extingue o medo de que novas cheias do Rio Pataxó ocorram nos próximos períodos chuvosos.
Durante a viagem, além da Defesa Civil Nacional, o prefeito visitará ministérios e gabinetes de parlamentares solicitando emendas para obras de infraestrutura e processos das obras da praça de Eventos e Esportes, reforma e ampliação das escolas de Tabuleiro Alto e Língua de Vaca, Creche Pró-Infância e uma retroescavadeira pelo PAC 2.

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