segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Clarice como nunca se leu

Paulo Correia
Jornalista
paulo.correia@r7.com

Fim de mês é um liseu total para mim. Sem muita verba para comprar livros, lá fui eu chafurdar na coleção de minha irmã e encontrar o divertido Correio Feminino, da Clarice Lispector. Essa publicação, que não lembra outros títulos da autora, como “A Hora da Estrela” e “A Paixão segundo G.H”, é um saboroso passeio pelo universo feminino.
O livro, de um pouco mais de 150 páginas, é uma diversão só. Tanto para mulheres como para os marmanjos, as dicas apresentadas por Clarice são úteis até os dias de hoje. Correio Feminino é um apanhado de pequenas crônicas que a escritora ucraniana de berço e brasileira de coração escreveu ao longo dos anos de 1950 e 1960, nos jornais do Rio de Janeiro. Dicas de boa etiqueta social e conselhos para as mulheres cuidarem dos seus namorados e maridos. 
Diferente dessas bobagens que são despejadas todas as semanas em revistas como Ana Maria e Conta Mais, os toques dados pela Clarice Lispector são de uso fácil e certeiro. Nada de posições assim assado, loções de pimenta com ameixa ou língua na orelha. Lispector mostra, no decorrer da publicação, informações que sempre foram verdadeiramente úteis para as mulheres conquistarem os homens. Do chamado pretinho básico, ao jeito correto de se maquiar. Tudo, com muita inteligência e humor. 
E a todo o momento sendo lembrado pela escritora: a feminilidade e a educação, dois pilares no sustento de uma verdadeira mulher.
Fica a dica: Correio Feminino, de Clarice Lispector, nas melhores casas do ramo.

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