sábado, 28 de julho de 2012

O MISTÉRIO DA CRIAÇÃO E A BELEZA DO VISÍVEL

Por Flávio Rezende*

          Apesar de novos ainda neste planeta que existimos, já devíamos ter mais certezas que dúvidas acerca de nosso DNA cósmico, além de respostas mais concretas sobre as históricas perguntas, de onde viemos e para onde vamos?
         O tempo passa e, tirando a fé inabalável de uns numa coisa ou noutra, a verdade é que o mistério continua e, no lugar de surgir uma versão, ou um fato que consiga congregar todos numa mesma posição, o que acontece mesmo é o surgimento de novas teorias, deixando todo mundo de cabeça para baixo neste dilema sem fim sobre nossas origens.
       Lendo agora sobre a separação do famoso casal Tom Cruise e Katie Holmes, tenho acesso a mais uma versão da origem de tudo, vinda do escritor de ficção cientifica L. Ron Hubbard (cientologia), que acredita ter ocorrido por aqui, há 75 milhões de anos, uma reunião de planetas, a "confederação das galáxias", governada por um líder maléfico chamado Xenu. Segundo a Wikipédia, esses planetas “estavam com problemas de superpopulação, Xenu mandou bilhões de seus habitantes para Terra, em espaçonaves parecidas com os Douglas DC-8, onde foram jogados dentro de vulcões (razão pela qual o livro dianética possui um vulcão na capa) e mortos com bombas de hidrogênio. Seus espíritos que foram recapturados e reunidos em cachos (como uvas, ou talvez bananas) - chamados de "thetans" (em português, "tetões") - são os seres humanos”.
      Outras explicações sobre nossas origens já são bem mais conhecidas e estão ai em livros bem lidos e decifrados ao longo dos últimos milênios. O certo, para meu ser, é que não me posicionei de maneira definitiva ainda, pelo fato de que ao ler, cada um deles, encontro argumentos muito sólidos, bem embasados, com histórias e/ou estórias (não posso julgar), tão concatenadas, que fico pensando, como alguém pode inventar uma coisa tão complexa, com detalhes e amarrações variadas?
     Às vezes fico pensando que o universo é formado por muitas tribos diferentes e que cada qual tem sua história, passando para nós daqui, através de médiuns (os repassadores das teorias e escritores dos livros terrenos), as suas respectivas versões, então nós seríamos a antena de todas as civilizações alienígenas, influenciados por estas versões, por aparições pretéritas e até atuais disfarçadas, misturando por aqui um monte de coisas, como se realmente fossemos um laboratório desses povos.
     O que gostaria de enfatizar, para finalizar a presente reflexão, é que se não estamos ainda aptos, a saber, de fato a verdade de tudo - ao menos eu ainda não consegui chegar a esta certeza, posto que são muitas as teorias e versões, de uma coisa tenho plena convicção, a beleza de tudo.
      Observando cada animal com suas peculiaridades, cada ser alado, marinho, rastejante, ruminante, mamífero, cada planta, cada montanha, falésia, os mares, os frutos, fico extasiado com tanta inteligência, com tanta beleza, com tanta perfeição.
      Será que cada uma destas pérolas foi criada num rincão do universo e aqui colocadas para que possam ser observadas num processo evolutivo diferente? Será que somos o zoológico do mundo? Uma grande vitrine cósmica?
     Com essa variedade tão rica, com esse festival de maravilhosas engrenagens, existindo num mar de dúvidas, num oceano de interrogações, num infinito de perguntas sem respostas concretas, fico me questionando o quanto isso é incrível. Como podemos estar mergulhados em complexas estruturas orgânicas, em perfeitas arquiteturas naturais, sem saber de forma cabal o pai ou os pais de tudo isso, como está sendo possível?
   Confessando minha impotência e não arriscando tomar partido com tantas e variadas versões, prefiro ir curtindo, degustando, apreciando, vivenciando cada espécie, respeitando suas vidas (voltei ao vegetarianismo), admirando a natureza e agindo e orando por sua sobrevivência, fazendo desta minha rápida passagem por aqui, algo agradável e útil e apreciando o que existe por ai sobre a origem de tudo, que se no fim da era da ignorância se revelar uma grande ficção, ao menos restará aquele suspiro que bem traduzido seria: putz que estória porreta esse cara inventou...


  *    É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)

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